
O Banco Central divulgou que, em fevereiro, a caderneta de poupança registrou uma saída líquida de R$ 8 bilhões, indicando que os brasileiros retiraram mais dinheiro do que depositaram. O valor representa um aumento de 109,4% em comparação ao mesmo mês do ano passado, quando o saldo negativo foi de R$ 3,8 bilhões.
Saques superam depósitos e geram alerta
O balanço detalha que, no mês, os depósitos somaram R$ 332 bilhões, enquanto as retiradas atingiram R$ 340 bilhões. O resultado reforça a tendência observada nos últimos anos, onde a poupança vem sofrendo sucessivas perdas de recursos.
Desde 2020, quando os depósitos superaram os saques devido ao auxílio emergencial e outras medidas de estímulo, a poupança tem enfrentado dificuldades para reter o dinheiro dos brasileiros. Em 2023, por exemplo, a caderneta fechou o ano com uma retirada líquida de R$ 15,4 bilhões, o melhor desempenho desde o início da pandemia.
Por que os brasileiros estão sacando mais?
Especialistas apontam diversos fatores para a fuga de recursos da poupança. Entre os principais motivos estão:
- Baixa rentabilidade: Com a taxa Selic em 11,25% ao ano, investimentos como CDBs, Tesouro Direto e fundos de renda fixa oferecem rendimentos mais atrativos do que a poupança, que rende 70% da Selic.
- Inflação e custo de vida: Com os preços em alta, muitas famílias precisam recorrer à poupança para cobrir despesas diárias.
- Educação financeira e diversificação: O acesso a informações sobre investimentos tem levado mais brasileiros a procurarem alternativas mais rentáveis para o dinheiro.
O que esperar para os próximos meses?
A tendência de saques pode continuar ao longo do ano, especialmente se a taxa de juros permanecer elevada e outras aplicações financeiras seguirem oferecendo retornos mais atrativos. No entanto, o ritmo das retiradas pode desacelerar caso o cenário econômico mude, com queda na inflação e aumento na confiança dos investidores.