
A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, afirmou que a Petrobras precisa acelerar sua transição energética e ampliar investimentos em fontes renováveis. A declaração foi dada na noite de segunda-feira (10), durante entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura.
Segundo Marina, a estatal não pode se limitar à exploração de petróleo, pois o setor energético passa por uma transformação global.
“A Petrobras é uma empresa que pode e deve investir mais na área de renováveis. É um caminho sem volta, e o Brasil tem potencial para liderar esse processo.”
A ministra explicou que o objetivo não é simplesmente abandonar os combustíveis fósseis, mas preparar a empresa para o futuro da geração de energia.
Brasil tem potencial para liderar a transição energética
Marina Silva ressaltou que o Brasil possui recursos naturais e capacidade para expandir o uso de energia solar, eólica e hidrogênio verde. Durante a COP28, realizada em 2023, o país se comprometeu a triplicar a capacidade de energia renovável até 2030 e dobrar a eficiência energética.
“Se não reduzirmos as emissões de CO2, o clima continuará descontrolado, mesmo com mais energias renováveis disponíveis.”
A ministra defendeu que a Petrobras acompanhe essa mudança e se posicione como uma empresa de energia em vez de atuar apenas na extração de petróleo.
Exploração na Margem Equatorial segue análise técnica
Durante a entrevista, Marina também foi questionada sobre a exploração de petróleo na Margem Equatorial, região rica em reservas offshore. Ela reforçou que qualquer decisão sobre novas licenças será tomada com base em critérios técnicos e ambientais.
“A licença não depende de um ministro ou de uma conversa política. Ela deve seguir um processo rigoroso de avaliação ambiental.”
A resposta veio após questionamentos sobre a reunião entre o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho. Técnicos do órgão ambiental já haviam recomendado a negação da licença para a exploração da área.
“Nosso papel não é facilitar e nem dificultar. O que importa é garantir que qualquer atividade seja sustentável.”