Referência no segmento de moda íntima no Brasil, a Loungerie tem conquistado cada vez mais espaço ao unir tecnologia, conforto e sofisticação em suas coleções. Sob a liderança de Eduardo Costa, a marca não apenas ampliou sua presença nacional, mas também redefiniu a experiência da consumidora, apostando em estratégias inovadoras voltadas à intimidade feminina e no conceito omnichannel.
Em entrevista à Revista Poder, o CEO comenta os desafios do mercado, o impacto da digitalização no consumo, a importância da inclusão e da sustentabilidade, além dos planos ambiciosos de expansão da Loungerie. Costa também compartilha sua visão sobre o futuro do setor e como a marca pretende continuar inovando para acompanhar as transformações do universo feminino.
A Loungerie é referência no mercado brasileiro de lingerie. Na sua visão, quais são as principais características que diferenciam o mercado nacional e o que torna a Loungerie única em comparação às marcas internacionais?
O mercado brasileiro de lingerie se destaca pela alta competitividade e pelo perfil exigente da consumidora. Com uma grande variedade de marcas, desde players consolidados até pequenas marcas regionais, o setor é extremamente dinâmico, inovador e pulverizado.
Para a brasileira, a lingerie vai além da funcionalidade: ela é uma aliada em diferentes momentos da vida. Seja para um dia de conforto, para transmitir poder ou expressar sensualidade, cada escolha reflete um estado de espírito. A Loungerie entende essa relação e desenvolve suas coleções considerando esses diferentes moods, unindo tendências, inovação e comportamento.
Esse conhecimento se traduz também na qualidade dos produtos. Por exemplo, enquanto a média da indústria utiliza oito pontos de costura por centímetro, a Loungerie emprega 12, garantindo um acabamento e durabilidade superiores. Além disso, as coleções são planejadas com mais de um ano de antecedência, combinando tecnologia, matéria-prima de ponta, tendências globais e um olhar atento ao estilo de vida da mulher brasileira.
Quais são os maiores desafios do mercado de lingerie hoje e como a Loungerie tem se preparado para enfrentá-los?
Os desafios do mercado brasileiro de moda íntima estão diretamente ligados ao cenário varejista do país, que tem enfrentado oscilações nos últimos anos. Um dos principais problemas é a concorrência desleal com plataformas internacionais que inundam o mercado com produtos de qualidade duvidosa, sem taxação adequada e sem fiscalização rigorosa. Além disso, a desvalorização do real impacta os custos das empresas, especialmente aquelas que dependem de matéria-prima importada para garantir um padrão elevado de qualidade.
Apesar desses desafios, o setor tem evoluído, principalmente com a digitalização do consumo. O e-commerce de moda íntima enfrentava resistência, pois muitas consumidoras preferiam experimentar e sentir os tecidos antes da compra. No entanto, a pandemia acelerou essa mudança de comportamento, e hoje o canal online tem um peso cada vez maior.
A Loungerie foi pioneira no omnichannel no Brasil, garantindo integração total entre lojas físicas e digital. Isso permite que a cliente compre de qualquer lugar e receba com agilidade, além de oferecer opções como retirada na loja e envio para diferentes endereços.
O setor de lingerie tem passado por mudanças significativas, como a crescente demanda por conforto, inclusão e sustentabilidade. Como enxerga essas transformações? Acredita que nos próximos anos acontecerão outras mudanças no mercado?
A demanda por conforto, inclusão e sustentabilidade não é uma tendência passageira, mas uma transformação definitiva no mercado de lingerie. Ainda há desafios, como a concorrência com plataformas internacionais que priorizam preço em detrimento da qualidade e responsabilidade social. No entanto, marcas que desejam se manter relevantes precisarão se adaptar a esse novo cenário.
A Loungerie já nasceu com esse compromisso, trazendo o conceito do sutiã perfeito para oferecer ajuste e conforto reais para cada mulher. A inclusão também está no DNA da marca, com produtos desenvolvidos para diferentes necessidades, como sutiãs específicos para mulheres que passaram por mastectomia ou possuem mobilidade reduzida.
O conforto se consolidou ainda mais com a ascensão do loungewear, categoria que une funcionalidade, estilo e bem-estar. Para atender a essa demanda, a marca investe constantemente em tecnologia, escolhendo materiais e processos que garantem peças confortáveis, sustentáveis e de alta durabilidade.
Já a sustentabilidade, apesar de enfrentar desafios, segue como prioridade. A Loungerie participa ativamente de iniciativas que garantem uma cadeia produtiva mais ética e sustentável, com auditorias que asseguram boas práticas na indústria têxtil. Nos próximos anos, essa transformação deve se aprofundar ainda mais, impulsionada por avanços tecnológicos e pela crescente conscientização das consumidoras.
A Loungerie tem expandido sua presença no Brasil e consolidado sua identidade no mercado de lingerie. Quais regiões ou mercados específicos estão no radar da marca para expansão nos próximos anos?
Nos últimos dois anos, a Loungerie acelerou seu plano de expansão, aumentando em 50% o número de lojas e ultrapassando a marca de 116 unidades em todo o Brasil. A marca está presente em quase todos os estados e prevê fechar essa lacuna no primeiro trimestre deste ano, com a chegada ao Acre.
A estratégia de crescimento segue um modelo criterioso, priorizando a qualidade da experiência nas lojas e a seleção cuidadosa de franqueados. O foco não está apenas na quantidade de unidades, mas na manutenção do padrão de atendimento e na valorização da proposta de valor da marca.
Nos próximos três anos, a Loungerie planeja abrir entre 100 e 120 novas lojas, ampliando sua presença em cidades estratégicas com até 200 mil habitantes. Após um forte avanço no Norte e Nordeste no último ano, a expansão continuará nessas regiões, mas também ganhará força no Sudeste, Centro-Oeste e Sul, consolidando ainda mais a capilaridade da marca em todo o país.
Com o lançamento da Loveplay, voltada para o segmento de sexual wellness, a Loungerie expandiu seu portfólio para além da lingerie. Há planos para ingressar em novos mercados ou intensificar a atuação em alguma categoria já existente?
Desde sua criação, a Loungerie sempre buscou ir além da moda íntima, consolidando-se como uma referência no universo da intimidade feminina. O lançamento da Loveplay foi um passo natural dentro dessa estratégia, trazendo produtos de sexual wellness para um ambiente acolhedor e sofisticado, com curadoria e atendimento especializado.
A marca também ampliou sua atuação com o marketplace The Lounge, que reúne uma seleção criteriosa de produtos alinhados ao conceito de intimidade feminina. Diferente de um marketplace tradicional, ele não oferece uma grande variedade genérica de itens, mas sim uma curadoria focada em bem-estar, moda e experiências para a mulher.
Com essa visão, a Loungerie segue explorando novas oportunidades dentro desse universo. Além do fortalecimento da Loveplay, a marca avalia a expansão para outras categorias, como fitness e yoga, além do mercado de cosméticos. O objetivo é continuar oferecendo produtos e experiências que dialoguem com o lifestyle feminino de forma completa e inovadora.