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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tentará um aval do Tribunal de Contas da União (TCU) para garantir a continuidade do Plano Safra 2024/2025. O programa, que destina crédito rural a pequenos, médios e grandes produtores, enfrenta dificuldades financeiras devido à falta de aprovação do Orçamento de 2025.
Crédito suspenso preocupa o setor
Na última quinta-feira (20), o governo suspendeu as linhas de crédito destinadas a médios e grandes produtores. Apenas os financiamentos voltados à agricultura familiar continuam ativos. O motivo do bloqueio está na regra fiscal que impede o governo de gastar mais do que 1/12 do Orçamento previsto enquanto o Congresso não aprova a nova lei orçamentária.
O impacto da suspensão gerou preocupação no agronegócio, setor que depende dos financiamentos para garantir a produção de grãos, carnes e outros alimentos. Sem uma solução rápida, especialistas alertam para possíveis dificuldades na compra de insumos e no planejamento da safra.
Governo busca respaldo técnico para retomada
Diante do impasse, o Ministério da Fazenda anunciou que Haddad encaminhará um ofício ao TCU solicitando um parecer técnico e legal que permita a retomada do crédito, mesmo sem a aprovação final do Orçamento de 2025.
O Plano Safra 2024/2025 prevê a liberação de R$ 400 bilhões em financiamentos para médios e grandes produtores, além de R$ 85,7 bilhões para a agricultura familiar. O governo, no entanto, não revelou quanto já foi contratado até o momento.
Supersafra não garante queda nos preços
Enquanto a crise no crédito rural avança, o Brasil se prepara para colher uma supersafra de grãos em 2025. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a estimativa é de um crescimento de 8,2% na produção, podendo atingir um recorde histórico.
O volume esperado inclui arroz, feijão e milho, itens que vão diretamente para a mesa dos brasileiros. No entanto, especialistas alertam que o aumento da produção não significa uma queda imediata na inflação dos alimentos. O preço final ainda dependerá de fatores como custo dos insumos, demanda do mercado e câmbio.