
O preço do ovo disparou nas últimas semanas e tem chamado a atenção dos consumidores. Em alguns mercados, o valor da dúzia subiu até 40%, impactando diretamente quem busca alternativas mais acessíveis às carnes vermelhas. A alta ocorre em um momento de maior demanda, impulsionada pela Quaresma, mas especialistas apontam que outros fatores também pressionam os preços.
Demanda sazonal e impacto da Quaresma
O aumento do consumo de ovos nesse período não é novidade. Durante a Quaresma, muitas pessoas optam por substituir a carne vermelha por proteínas mais leves, como frango e ovos. Esse movimento aquece o mercado e naturalmente eleva os preços.
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) explica que esse é um comportamento esperado e sazonal, mas que a situação atual vai além disso. Segundo a entidade, mesmo após o fim da Quaresma, em 17 de abril, os preços devem continuar pressionados por fatores estruturais do setor.
Produção afetada por custos altos e calor intenso
Além da demanda elevada, o custo de produção dos ovos também subiu. O preço do milho, principal item da ração das aves, aumentou 30% nos últimos meses, enquanto os gastos com embalagens e transporte mais que dobraram. Isso impacta diretamente os produtores, que repassam os custos ao consumidor final.
Outro fator que influencia a oferta de ovos no mercado é a onda de calor que atinge o Brasil. Temperaturas acima da média afetam a produção das aves, reduzindo a quantidade de ovos disponíveis. Esse cenário contribui para a queda na oferta, tornando o produto ainda mais caro.
Supermercados e consumidores sentem o impacto
O aumento expressivo no preço do ovo preocupa os supermercados, que já observam mudanças no comportamento dos consumidores. Muitos estão reduzindo a compra de dúzias inteiras ou buscando alternativas mais baratas, como ovos de codorna ou até proteínas vegetais.
A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) destaca que, apesar da programação para atender à maior demanda, a oferta restrita tem dificultado o abastecimento das prateleiras.