Projeções para a inflação seguem em alta até 2028

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

As expectativas de inflação para os próximos anos voltaram a subir, segundo o relatório Focus, divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (17). O levantamento, que reúne projeções de mais de 100 instituições financeiras, aponta que os índices ficarão acima da meta estabelecida pelo governo até 2028.

Projeções continuam subindo

A maior preocupação está em 2025, quando a inflação estimada aumentou pela 18ª vez consecutiva, passando de 5,58% para 5,60%. Esse número ultrapassa o teto da meta, que varia entre 1,5% e 4,5%, e pode dificultar a retomada do crescimento econômico.

Os números para os anos seguintes também subiram:

  • 2026: a expectativa foi de 4,30% para 4,35%, marcando o oitavo aumento seguido.
  • 2027: a projeção saltou de 3,90% para 4%.
  • 2028: a estimativa subiu de 3,78% para 3,80%.

Com o novo sistema de meta contínua, que entra em vigor em 2025, o Banco Central terá de manter a inflação dentro de um intervalo pré-definido. Se o índice ultrapassar o teto por seis meses seguidos, será necessário justificar o descumprimento ao Ministério da Fazenda.

Impacto no dia a dia

O avanço da inflação tem efeitos diretos no bolso da população. Quando os preços sobem, o poder de compra diminui, especialmente para quem recebe salários menores. Produtos essenciais, como alimentos, combustíveis e serviços, podem ficar ainda mais caros, pressionando as famílias.

Além disso, a política de juros do Banco Central pode ser ajustada para conter essa alta. Atualmente, a taxa Selic está em 13,25% ao ano, e o mercado estima que ela permanecerá elevada nos próximos anos para controlar os índices de inflação.

Crescimento econômico em risco

As projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) também foram afetadas. Para 2025, a estimativa caiu de 2,03% para 2,01%, indicando um ritmo mais lento de expansão. Já para 2026, a previsão foi mantida em 1,70%, reforçando a preocupação com um possível desaceleramento da economia.

Outros indicadores importantes também mostram estabilidade ou piora:

  • O dólar deve fechar 2025 e 2026 cotado a R$ 6.
  • O superávit da balança comercial caiu de US$ 76,8 bilhões para US$ 76 bilhões em 2025.
  • O investimento estrangeiro direto deve seguir estável em US$ 70 bilhões neste ano.