![Inflação começa o ano com a menor alta para janeiro desde 1994](https://revistapoder.uol.com.br/wp-content/uploads/2025/02/Inflacao-comeca-o-ano-com-a-menor-alta-para-janeiro-desde-1994.jpg)
A inflação no Brasil começou o ano em ritmo mais lento. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) avançou 0,16% em janeiro, marcando a menor alta para o mês desde o início do Plano Real, em 1994. O resultado representa uma desaceleração em relação a dezembro, quando os preços subiram 0,52%, e veio próximo das expectativas do mercado.
Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (11) e mostram que, no acumulado de 12 meses, a inflação atingiu 4,56%, abaixo dos 4,83% registrados em dezembro do ano passado.
Energia elétrica contribui para a desaceleração
O principal fator que ajudou a conter a inflação foi a queda de 14,21% no preço da energia elétrica residencial. Esse recuo se deve ao Bônus de Itaipu, um crédito aplicado às faturas de janeiro que reduziu significativamente os custos para os consumidores.
Como a energia faz parte do grupo de Habitação, a categoria registrou uma queda geral de 3%, o que gerou um impacto negativo de 0,46 ponto percentual no IPCA do mês. Essa redução foi suficiente para compensar os aumentos observados em outros setores.
Transportes e alimentação puxam alta dos preços
Entre os grupos que mais pressionaram a inflação, Transportes teve a maior variação, com alta de 1,30%. O avanço foi impulsionado pelo aumento expressivo de 10,42% nas passagens aéreas e de 3,84% nas tarifas de ônibus urbano.
Os combustíveis também ficaram mais caros:
- Etanol: +1,82%
- Óleo diesel: +0,97%
- Gasolina: +0,61%
- Gás veicular: +0,43%
Já o grupo de Alimentação e bebidas subiu 0,96%, sendo a segunda maior alta do mês. A alimentação no domicílio avançou 1,07%, com destaque para os aumentos em cenoura (+36,14%) e tomate (+20,27%), afetados pelas chuvas no início do ano.
A alimentação fora de casa também ficou mais cara, com alta de 0,67%. O lanche subiu 0,94%, enquanto o preço médio da refeição aumentou 0,58%.
Variação dos grupos do IPCA em janeiro
- Alimentação e bebidas: +0,96%
- Habitação: -3,08%
- Artigos de residência: -0,09%
- Vestuário: -0,14%
- Transportes: +1,30%
- Saúde e cuidados pessoais: +0,70%
- Despesas pessoais: +0,51%
- Educação: +0,26%
- Comunicação: -0,17%
Inflação segue dentro das projeções
O resultado de janeiro ficou dentro das projeções do mercado financeiro, que esperava uma alta de 0,17%. A desaceleração da inflação no primeiro mês do ano reforça o cenário de controle dos preços, mas os desafios seguem no radar.
A pressão sobre os setores de transportes e alimentação pode continuar impactando os próximos meses, enquanto o efeito da queda da energia elétrica é pontual. O desempenho da economia global, o comportamento do câmbio e os efeitos climáticos sobre a produção de alimentos serão fatores decisivos para a inflação nos próximos períodos.
INPC fica estável e não tem variação em janeiro
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), usado como referência para reajustes do salário mínimo, não apresentou variação em janeiro, após subir 0,48% em dezembro. No acumulado de 12 meses, o indicador registra alta de 4,17%.
A estabilidade do INPC indica um menor impacto da inflação para famílias de renda mais baixa, mas os preços dos itens essenciais, como alimentos e transporte, continuam sendo um fator de preocupação.