Inflação prevista para 2025 sobe pela 17ª vez seguida

Crédito: Marcello Casal JrAgência Brasil

O mercado financeiro voltou a revisar para cima as projeções de inflação para 2025 e 2026. De acordo com o relatório Focus, divulgado pelo Banco Central (BC) nesta segunda-feira (10), a estimativa para 2025 passou de 5,51% para 5,58%, marcando a 17ª alta consecutiva. Para 2026, a previsão subiu de 4,28% para 4,30%, configurando o sétimo aumento seguido.

Por que a inflação preocupa?

Com a nova política de meta contínua de inflação, que entra em vigor a partir de 2025, o Banco Central terá que manter o indicador dentro da faixa de 1,5% a 4,5% para considerar a meta cumprida. No entanto, os números mais recentes indicam que essa tarefa pode ser mais desafiadora do que o esperado.

Caso a inflação fique fora do intervalo de tolerância por seis meses consecutivos, o BC precisará justificar formalmente ao Ministério da Fazenda os motivos do descumprimento. Esse cenário já ocorreu em janeiro de 2024, levando o presidente do BC, Gabriel Galípolo, a escrever uma carta explicando os fatores que impulsionaram o aumento dos preços.

Impactos no dia a dia

A inflação elevada reduz o poder de compra, afetando principalmente as famílias de renda mais baixa. Os preços dos produtos essenciais sobem, enquanto os salários não acompanham o mesmo ritmo de reajuste. Esse desequilíbrio gera uma pressão maior no orçamento das famílias e pode impactar o consumo no país.

Juros e crescimento econômico

A taxa básica de juros, a Selic, é a principal ferramenta utilizada pelo Banco Central para controlar a inflação. Atualmente, os economistas do mercado mantiveram a projeção da Selic para 2025 em 15% ao ano. Para 2026, a previsão seguiu em 12,50% ao ano.

O alto patamar de juros pode dificultar o crescimento da economia brasileira. O Produto Interno Bruto (PIB), que mede a soma de bens e serviços produzidos no país, teve sua estimativa de crescimento reduzida de 2,06% para 2,03% em 2025. Para 2026, a projeção caiu de 1,72% para 1,70%.

Expectativas para o dólar e balança comercial

O mercado financeiro manteve a projeção do dólar em R$ 6 para o fim de 2025 e 2026. Já a expectativa para o saldo da balança comercial subiu de US$ 75,7 bilhões para US$ 76,8 bilhões em 2025 e de US$ 77 bilhões para US$ 78 bilhões em 2026. A previsão para investimentos estrangeiros diretos no Brasil também foi mantida, em US$ 70 bilhões para 2025 e US$ 75 bilhões para 2026.