O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende redesenhar a composição dos ministérios assim que forem definidos os novos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. O objetivo é consolidar a base aliada e garantir que o governo tenha votos suficientes para aprovar projetos estratégicos ao longo de 2025.
Redistribuição de forças na Esplanada
A decisão de Lula vem após uma avaliação interna de que a atual configuração ministerial não reflete a real correlação de forças no Congresso. Partidos que possuem um número reduzido de ministérios, como PP e Republicanos, têm se mostrado mais fiéis ao governo em votações importantes do que o União Brasil, que ocupa três pastas.
Com isso, o presidente deve promover uma redistribuição das cadeiras para contemplar legendas que demonstram maior compromisso com as pautas governistas.
Partidos do Centrão ganham protagonismo
A maior dúvida nos bastidores é se Lula atenderá ao pedido dos partidos do Centrão para ocupar ministérios do chamado “núcleo duro”, aqueles que possuem influência direta sobre a articulação política no Planalto. Essa movimentação poderia garantir maior estabilidade para o governo e facilitar as negociações com parlamentares.
Além disso, líderes do PP e do Republicanos já indicaram que querem mais espaço na Esplanada para consolidar o apoio ao Palácio do Planalto.
Trocas dentro do próprio PT
Antes de definir o futuro dos aliados do Centrão, Lula deve iniciar a reforma ministerial pelo PT. A presidente do partido, Gleisi Hoffmann, é cotada para assumir um ministério, possivelmente no lugar de Márcio Macêdo, da Secretaria-Geral da Presidência.
Outra mudança já encaminhada envolve a ministra da Ciência e Tecnologia, Luciana Santos (PCdoB), que pode ser transferida para o Ministério das Mulheres, abrindo espaço para o PSD assumir a pasta de ciência e tecnologia.
Lira e Pacheco no radar do Planalto
Além das mudanças internas, Lula avalia a possibilidade de convidar Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para integrar o ministério após deixarem a presidência da Câmara e do Senado, respectivamente.
A entrada de Lira no governo fortaleceria os laços com o PP, garantindo votos em pautas prioritárias. Já Pacheco poderia ocupar uma posição de destaque para aumentar sua projeção política, com vistas a uma possível candidatura ao governo de Minas Gerais em 2026.