Controle da inflação pode ser afetado por recusa de Lula em novos ajustes fiscais

Nova operação em Lula é finalizada com sucesso, afirma Dr. Kalil
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A sinalização do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que não pretende adotar novas medidas fiscais em 2025 pode aumentar os desafios do Banco Central no combate à inflação. Sem novas iniciativas para conter os gastos públicos, a necessidade de manter juros elevados por mais tempo pode se tornar inevitável.

Banco Central atento às políticas do governo

No comunicado mais recente do Comitê de Política Monetária (Copom), o Banco Central destacou que seguirá acompanhando os impactos da política fiscal no cenário econômico. Isso indica que a decisão de Lula pode afetar diretamente a estratégia da instituição no controle da inflação.

Horas após a divulgação do relatório do Copom, Lula reafirmou sua posição. O presidente garantiu que, se depender dele, não haverá um novo pacote de ajuste fiscal este ano. A declaração reforça a postura do governo de priorizar investimentos e evitar medidas impopulares, mesmo diante das preocupações do mercado financeiro.

Meta fiscal foi cumprida, mas dívida preocupa

Apesar da resistência a novas medidas, o governo conseguiu um déficit primário de apenas 0,09% do PIB em 2024, dentro da meta estabelecida. O resultado foi comemorado por Lula, que lembrou que as projeções iniciais indicavam um número muito pior.

No entanto, especialistas alertam para um fator de risco: a dívida pública, que pode alcançar 80% do PIB neste ano. O nível é considerado elevado para países emergentes, que normalmente mantêm essa relação entre 50% e 60%. Esse aumento da dívida pode reduzir a confiança dos investidores e gerar impactos no câmbio e na inflação.

Cenário econômico pode mudar em 2025

A equipe econômica do governo acredita que o ambiente financeiro pode melhorar nos próximos meses, ajudando a estabilizar o câmbio e aliviar pressões inflacionárias. Na última quinta-feira, o dólar fechou em R$ 5,85, após uma leve queda de 0,24%.

No entanto, fatores externos também podem influenciar o cenário. A recente decisão de Donald Trump, nos Estados Unidos, de impor tarifas extras sobre importações do Canadá e México, levanta preocupações sobre possíveis medidas semelhantes contra outros países. Se isso ocorrer, o impacto no comércio global pode afetar diretamente a economia brasileira.