Cidades mexicanas se preparam para receber milhares de deportados com infraestrutura temporária
O México iniciou a construção de abrigos emergenciais em Ciudad Juarez, na fronteira com os Estados Unidos, em resposta às deportações em massa anunciadas pelo governo de Donald Trump. De acordo com Enrique Licon, funcionário municipal, as novas estruturas terão capacidade para acomodar milhares de migrantes e estarão prontas em poucos dias.
Na terça-feira (21), trabalhadores descarregavam suportes de metal perto do Rio Grande, em um esforço que simboliza a corrida contra o tempo para acolher os deportados. Ao mesmo tempo, nos EUA, barreiras físicas adicionais, como uma parede de bóias, estão sendo instaladas para impedir travessias.
Medidas de acolhimento
As autoridades mexicanas implementaram o plano “O México abraça você”, que inclui centros de recepção em nove cidades do norte do país. Esses centros oferecerão alimentos, moradia temporária, assistência médica e ajuda para a emissão de documentos. Além disso, ônibus serão disponibilizados para transportar os deportados de volta às suas cidades natais.
Embora as medidas sejam abrangentes, especialistas destacam o desafio logístico de atender ao grande número de pessoas que podem ser impactadas.
Cancelamento de entrevistas agrava crise
Enquanto o México acelera os preparativos, imigrantes do lado mexicano enfrentam novas frustrações. Muitos aguardavam entrevistas agendadas pelo aplicativo CBP One, usado para pedidos de asilo nos EUA. Entretanto, o governo americano desativou o sistema e cancelou todos os agendamentos.
“Não acredito nisso. É devastador,” lamentou Nidia Montenegro, que viajou da Venezuela para se reunir com o filho em Nova York. Assim como ela, milhares de pessoas foram surpreendidas pela mensagem no aplicativo e pelo colapso do processo de asilo.
Impacto humano
A cena é de desespero nos abrigos fronteiriços. Migrantes, carregando mochilas e cobertores, tentam decidir os próximos passos. Muitos enviam mensagens emocionadas para suas famílias, enquanto outros permanecem em silêncio, processando as notícias.
Em Eagle Pass, no Texas, e em outras cidades fronteiriças, a situação é igualmente caótica. Migrantes relatam barreiras físicas e psicológicas que dificultam a busca por uma solução.