A empresa de Rubens Ometto, vendeu hoje em leilão na bolsa 173 milhões de ações da Vale, operação que totalizou R$ 9 bilhões. Com isso, a companhia zerou a posição de cerca de 4% que tinha na mineradora, uma aposta do empresário que não saiu como esperado.
Os papéis foram vendidos com desconto de R$ 52,29, um desconto de 0,59% em relação ao fechamento de ontem, de R$ 52,60. Logo após o leilão, o papel da Vale subia 0,17% cotado a R$ 52,69. A operação foi coordenada pelo J.P. Morgan.
A transação é parte da estratégia da Cosan para levantar recursos para reduzir a alavancagem financeira, que estava em 2,7 vezes no terceiro trimestre. A companhia tinha chegado a 4,9% na mineradora, mas em abril passado se desfez de uma primeira fatia, quando aproveitou para liquidar as operações de derivativos collar atreladas à operação.
Desde que a companhia tomou empréstimos e derivativos para comprar a participação na mineradora, em outubro de 2022, até o fechamento de ontem, os papéis da Vale acumulam perda de 17,85%. A Cosan queria aguardar uma melhor cotação para se desfazer das ações, mas está pressionada pelo nível de endividamento de suas operações consolidadas.
A compra dos papéis foi feita por meio de operações de derivativos tomadas como J.P. Morgan e o Citi. Além disso, a Cosan tomou R$ 8 bilhões em empréstimos com Bradesco e Itaú, por meio da entrega de ações preferenciais. Em troca, o Itaú passou a deter 26,91% na Cosan Nove, que detém a participação na Raízen, e o Bradesco ficou 23,20% da Cosan Dez. Resgatar essas ações custaria para a Cosan R$ 8,4 bilhões, segundo números do terceiro trimestre.
Como essas operações não têm prazo de vencimento, a empresa deve usar os recursos da venda de ações da Vale para pagar outras dívidas mais caras. A dívida líquida da empresa somava R$ 59,7 bilhões no terceiro trimestre. A venda dos ativos vai ajudar a empresa a buscar a meta de índice de cobertura do serviço da dívida entre 1,5 vez a 2 vezes, que estava em 1,2 vez no terceiro trimestre.
Fonte: Valor