Dólar recua com Trump prometendo tarifas mais brandas que o esperado

Dólar opera em alta e Ibovespa oscila sob efeito das contas públicas
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Nesta segunda-feira, o dólar iniciou o dia em queda, refletindo as novas expectativas em relação à política comercial do governo de Donald Trump. Analistas apontam que o presidente dos Estados Unidos pode aplicar tarifas de importação mais leves do que as prometidas durante sua campanha. Por volta das 10h20, a moeda norte-americana era negociada a R$ 6,10, marcando um recuo significativo.

A mudança de humor nos mercados foi catalisada por uma reportagem do Washington Post, que citava assessores econômicos de Trump. Estes estão estruturando um plano de tarifas que afete apenas setores considerados essenciais para a segurança nacional, como energia e defesa. Com isso, a pressão inflacionária nos EUA pode ser menor do que o inicialmente esperado, reduzindo a necessidade de altas agressivas nas taxas de juros pelo Federal Reserve (Fed).

Impactos no Brasil e no Ibovespa

No Brasil, a reação também foi positiva. O Ibovespa, principal índice da B3, subia 1,14% no mesmo horário, alcançando 119.880 pontos. A expectativa de menos tarifas nos EUA traz alívio aos mercados emergentes, que se beneficiam com a menor fuga de capital para ativos mais seguros, como os títulos do tesouro norte-americano.

“Se as tarifas forem realmente aplicadas de forma seletiva, poderemos ver uma pressão menor no dólar, o que é positivo para os países emergentes”, afirmou Vitor Miziara, analista financeiro.

Perspectivas de inflação e política monetária

A expectativa de tarifas mais brandas também reduz as preocupações com a inflação nos Estados Unidos. Com um acesso menos oneroso a produtos importados, a inflação, que já está acima da meta do Fed, poderia ser contida, evitando aumentos abruptos nas taxas de juros. Isso também ajuda a manter o dólar em um patamar mais baixo.

Enquanto isso, no Brasil, os investidores estão de olho nos próximos indicadores econômicos, principalmente nos dados de inflação que serão divulgados na sexta-feira. A inflação acumulada em 2024 pode confirmar o estouro da meta pelo terceiro ano consecutivo, o que poderia pressionar o Banco Central a adotar medidas adicionais para conter os preços.