Presidente Lula deve decretar novo salário mínimo de R$ 1.518

Após mais de duas décadas de negociações, o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia chega a uma fase decisiva. O tratado, que visa reduzir tarifas, facilitar investimentos e impulsionar o comércio entre os dois blocos, enfrenta resistência significativa, especialmente da França. O que está em jogo? O acordo Mercosul-UE é um dos maiores pactos comerciais já propostos, abrangendo um mercado de mais de 700 milhões de pessoas. Ele promete vantagens para ambos os lados: maior acesso a produtos e serviços, redução de custos e fortalecimento das economias envolvidas. Para o Brasil, a expectativa é de aumento no comércio de commodities e maior competitividade no mercado global. Apesar das promessas, o tratado enfrenta críticas. Agricultores franceses alegam que a abertura do mercado europeu colocaria em risco milhares de empregos. Eles apontam que produtos sul-americanos, como carne e soja, não seguem os mesmos padrões ambientais e sanitários exigidos na Europa. Oposição e desafios políticos A França lidera a oposição dentro da União Europeia. O presidente Emmanuel Macron, pressionado por produtores locais, tenta atrair aliados como Polônia e Áustria para bloquear o acordo. Mesmo que o tratado seja aprovado nas instituições de Bruxelas, ele ainda precisará ser ratificado pelos 27 países-membros, um processo que pode demorar anos. No lado do Mercosul, o cenário é mais favorável. No entanto, a instabilidade política e as divisões internas do bloco ainda representam desafios para a implementação plena do tratado. Impactos econômicos esperados Estudos apontam que o acordo pode trazer benefícios significativos para a economia brasileira. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil pode crescer cerca de 0,46% até 2040, o equivalente a US$ 9,3 bilhões por ano. Além disso, a redução de tarifas europeias e os novos mercados prometem impulsionar exportações brasileiras. Ainda assim, setores industriais brasileiros têm preocupações. Sindicatos argumentam que a concorrência europeia pode levar ao fechamento de fábricas e perda de empregos. Por outro lado, entidades como a Confederação Nacional da Indústria (CNI) destacam que o acesso a insumos mais baratos e novas oportunidades de mercado compensam os riscos. Geopolítica e o efeito Trump A eleição de Donald Trump nos Estados Unidos também influencia as negociações. Sua política protecionista motiva Europa e Mercosul a fortalecerem relações comerciais como forma de resistência. Além disso, o avanço de China e Rússia na América do Sul aumenta a urgência de um acordo estratégico entre Europa e Mercosul.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve publicar, nos próximos dias, um decreto para ajustar o valor do salário mínimo em 2025. O aumento, que gira em torno de 7,5%, levará o valor para R$ 1.518. No entanto, a implementação de uma nova fórmula de cálculo pode significar uma perda de R$ 10 mensais para milhões de brasileiros, como trabalhadores, aposentados e pensionistas.

Novo cálculo do salário mínimo

O salário mínimo será corrigido conforme uma fórmula que combina a inflação do ano anterior (medida pelo INPC) com o crescimento do PIB. Para 2025, a correção resultará em um aumento de R$ 106, levando o valor de R$ 1.412 para R$ 1.518. Contudo, uma limitação no crescimento do PIB, definida pela reforma fiscal aprovada pelo Congresso, impõe um teto de 2,5% para o aumento. Isso significa que, pela fórmula anterior, o salário mínimo deveria subir para R$ 1.528, mas o novo cálculo levará ao valor de R$ 1.518.

Esse ajuste, embora positivo para milhões de brasileiros, implica em uma perda de R$ 10 mensais em relação ao valor que seria alcançado com o cálculo anterior. Para os trabalhadores, aposentados e beneficiários de programas sociais como o Benefício de Prestação Continuada (BPC), essa diferença pode ter impacto direto nas finanças diárias.

O impacto econômico

De acordo com estimativas do governo, a nova fórmula permitirá uma economia de cerca de R$ 4 bilhões em 2025. No entanto, essa economia gerada pela diminuição do aumento real pode afetar o poder de compra de muitas famílias, especialmente as de baixa renda. O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) alerta que essa restrição ao aumento real do salário mínimo pode resultar em uma queda no consumo. Isso ocorre porque a renda das famílias, que é um dos principais motores da economia, sofrerá uma redução.

Além disso, cerca de 59,3 milhões de brasileiros dependem do salário mínimo, não apenas como trabalhadores formais, mas também como aposentados e beneficiários de programas sociais. Portanto, a nova fórmula de correção terá um impacto significativo na economia do país, especialmente nas compras de produtos essenciais.