Por que será que mesmo com uma alta ingestão de água algumas pessoas sentem muita sede o tempo todo? “Pacientes com uma condição chamada diabetes insipidus relatam estar com sede frequentemente ao mesmo tempo em que urinam com muita frequência. Esse excesso na produção da urina (poliúria) acompanhado do rápido esvaziamento da bexiga promove um desequilíbrio dos líquidos presentes no corpo, o que faz o paciente cair num ciclo de estar sempre com sede e sempre urinando”, explica a Dra. Deborah Beranger, endocrinologista, com pós-graduação em Endocrinologia e Metabologia pela Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro (SCMRJ). “Isso ocorre por uma deficiência hormonal”, completa a médica.
De acordo com a endocrinologista, a vasopressina é um hormônio produzido pelo hipotálamo (uma região do cérebro que se encontra logo acima da hipófise) e armazenado e liberado do lobo posterior da hipófise. “Ela tem a função de regular a quantidade de água no corpo. Esse hormônio envia sinais aos rins para diminuírem a quantidade de urina que eles produzem, por isso é chamado de hormônio antidiurético. Com a sua ausência, os sintomas clássicos são sede excessiva e muita produção de urina; isso pode inclusive dificultar o sono do paciente, que precisa acordar várias vezes durante a noite para urinar”, diz a endocrinologista.
A deficiência de vasopressina pode ser hereditária e enquadrada em dois tipos de diabetes insipidus: central ou renal. “No primeiro caso, a alteração no equilíbrio dos líquidos do corpo é causada por um problema no cérebro, que pode acontecer devido a traumatismos cranianos ou a tumores e cirurgias no cérebro, além de doenças autoimunes. Já no diabetes insipidus nefrogênico, o cérebro produz normalmente o hormônio ADH, mas por algum motivo, os rins não respondem aos comandos. Esse pode ser um efeito colateral de medicamentos como o lítio, usado em distúrbios de humor”, diz a Dra. Deborah Beranger.
Com relação aos sinais de alerta, a médica diz que pacientes que bebem mais de 3L de água por dia, mas sentem estar sempre com sede devem buscar um médico para investigar a questão. “Se o paciente também levanta com frequência para urinar, mesmo durante a noite, a sua urina é clara, sem cheiro ou com cor bem leve, e ele tem preferência por líquidos gelados, isso pode ser um sinal de diabetes insipidus. Pacientes que observam desidratação quando não conseguem tomar mais água também devem buscar ajuda médica”, explica.
De acordo com a Dra. Deborah, o diagnóstico do diabetes insipidus é feito por um médico endocrinologista, que pode pedir exames como a ressonância magnética do cérebro ou exames de sangue e de urina, inclusive aqueles que mensuram o volume da urina. “É importante que o endocrinologista analise a urina quanto à presença de glicose para descartar a hipótese de diabetes mellitus (a causa mais comum de micção excessiva). Mas ele também pode pedir o teste de privação hídrica, considerado o melhor exame para diagnosticar a deficiência de argininavasopressina. Nesse teste, a produção de urina, as concentrações de eletrólitos no sangue e o peso são medidos em intervalos regulares durante um período de aproximadamente 12 horas, durante o qual a pessoa não pode ingerir nenhum tipo de bebida. O médico monitora o quadro clínico da pessoa durante o curso do exame. No final do período de 12 horas – ou antes, se a pessoa apresentar uma diminuição na pressão arterial, um aumento na frequência cardíaca ou uma perda superior a 5% no peso do corpo, o médico interrompe o exame e injeta vasopressina. O diagnóstico de uma deficiência de argininavasopressina será confirmado se, em resposta à vasopressina, a micção excessiva parar, a urina se tornar mais concentrada, a pressão arterial aumentar e o batimento cardíaco ficar mais normal”, explica a médica endocrinologista. “O diagnóstico de diabetes insipidus nefrogênico é feito se, após a injeção, a urina excessiva persistir, a urina permanecer diluída e a pressão arterial e frequência cardíaca não sofrerem nenhuma alteração”, diz a médica.
Apesar de não ter cura, o tratamento ajuda a aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes, ao oferecer a possibilidade de regular o equilíbrio de líquidos do organismo. “Um desses tratamentos é a desmopressina (uma forma de atuação mais longa da vasopressina) que pode ser administrada por meio de um spray nasal duas vezes ao dia ou, às vezes, na forma de comprimido ou por meio de injeção aplicada sob a pele ou na veia (via intravenosa)”, explica a endocrinologista. Como a dose é ajustada para manter o equilíbrio hídrico do corpo e a produção normal de urina, isso evita excessos que podem causar retenção de líquido, inchaço e outros problemas. “Alguns casos de diabetes insipidus podem requerer que o paciente fique internado por algumas semanas, até que a produção de urina esteja mais equilibrada e que ele possa continuar seu tratamento em casa. Mas o mais importante é consultar um médico endocrinologista e relatar a frequência da sede e da urina, além dos transtornos que isso está causando”, finaliza a Dra. Deborah Beranger.
FONTE: *DRA. DEBORAH BERANGER: Endocrinologista, com pós-graduação em Endocrinologia e Metabologia pela Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro (SCMRJ) e pós-graduação em Terapia Intensiva na Faculdade Redentor/AMIB. Com cursos de extensão em Obesidade, Transtornos Alimentares e Transgêneros pela Harvard Medical School, a médica tem MBAs de Saúde e Qualidade de Vida, de Marketing e Branding Médico e de Mindset, todos pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), e curso de Obesidade e de imersão em Medicina Culinária pela Universidade de Campinas (UNICAMP). Fez Fellowship pela European Association for the Study of Obesity, em Portugal; é speaker dos laboratórios Servier, Novo Nordisk, Novartis, Merck, AstraZeneca, Lilly e Boehringer. Instagram: @deborahberanger
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