Adidas lucra 100 milhões após finalizar acordo com Kanye West

Adidas lucra 100 milhões após finalizar acordo com Kanye West
Adidas e West retiraram as reivindicações legais pendentes um contra o outro – Reprodução Instagram (@adidasbrasil)

Parte do lucro da Adidas irá para causas sociais

A Adidas registrou um aumento de aproximadamente 100 milhões de euros (R$ 622 milhões) em seu lucro operacional após encerrar uma disputa com Kanye West. O CEO Bjørn Gulden anunciou nesta terça-feira (29) que a empresa alemã, segunda maior no mercado de artigos esportivos, chegou a um acordo com o artista dois anos após romper a parceria devido a declarações antissemitas do rapper, também conhecido como Ye.

Em outubro de 2022, a Adidas encerrou a linha de tênis Yeezy, projetada por Ye. A produção que vinha crescendo rapidamente e sendo lucrativa, acabou após as falas do rapper. Na época, a Adidas declarou que não “tolera antissemitismo e qualquer outro tipo de discurso de ódio”. A decisão representou uma perda de 1,2 bilhão de euros (R$ 7,4 bi) em vendas anuais e 500 milhões de euros (R$ 3,1 bi) em lucro operacional.

Gulden anunciou que o grupo irá doar para caridade uma quantia equivalente à provisão desfeita de 100 milhões de euros. De acordo com a Folha de SP, ao ingressar na Adidas em 2023, vindo da Puma, Gulden optou por vender o estoque de tênis Yeezy não vendido e destinar parte dos lucros a causas sociais, evitando o descarte de 1 bilhão de euros (R$ 6,2 bi) em produtos.

Quantia milionária

Com esse acréscimo de 100 milhões de euros, o valor total alocado para caridade atinge agora cerca de 250 milhões de euros (R$ 1,5 bi). Em 2022, a Adidas criou uma fundação independente para supervisionar a aplicação desses recursos, buscando avanços sociais e ambientais. Na resolução do conflito, Adidas e West retiraram as reivindicações legais pendentes um contra o outro, firmando um acordo no terceiro trimestre. O CEO confirmou que “não houve pagamento” entre as partes, mas evitou comentar detalhes sobre as alegações retiradas.

A notícia foi divulgada em um momento de crescimento nas vendas da Adidas, com forte desempenho na China e nos EUA nos três meses até setembro, agora comparados com o ano anterior sem as vendas de Yeezy. No trimestre, as vendas cresceram 7,3%, atingindo 6,4 bilhões de euros (R$ 39,8 bi). Enquanto isso, o lucro operacional subiu 46% em comparação anual, alcançando 598 milhões de euros (R$ 3,7 bi).

“O terceiro trimestre foi muito forte para nós e novamente melhor do que o esperado”, comentou Gulden. Em outubro, a Adidas revisou sua projeção anual pela terceira vez, com expectativas de um aumento de 10% nas vendas. A conta excluiu oscilações cambiais, e lucro operacional de 1,2 bilhão de euros (R$ 7,4 bi), muito acima dos 268 milhões de euros (R$ 1,6 bi) em 2023.

Atualmente, impulsionada pelos tênis Samba e Gazelle, a marca experimentou um crescimento de quase 30% nas ações nos últimos 12 meses. Além disso, Gulden também afirmou que a Adidas venderá o restante do estoque Yeezy até o final do ano, encerrando oficialmente o capítulo com West. “Não há questões em aberto entre nós”.