Pesquisa mostra que creatina pode ser cultivada em plantas comestíveis

Pesquisa mostra que creatina pode ser cultivada em plantas comestíveis
A creatina é amplamente reconhecida no mundo dos esportes e musculação – Reprodução Freepik (@freepik)

A creatina melhora a força e aumenta a massa muscular

Em uma recente pesquisa de cientistas da Universidade de Zhejiang, em Hangzhou, China, houve o desenvolvimento de uma inovadora técnica para a produção de creatina através do cultivo de plantas. Este avanço pode não apenas ampliar a disponibilidade do suplemento esportivo, mas também oferecer uma alternativa vegana para consumidores que evitam produtos de origem animal. Os resultados foram divulgados na prestigiada revista Journal of Agricultural and Food Chemistry, da Sociedade Americana de Química.

A creatina tem seu reconhecimento no mundo dos esportes e musculação por sua eficácia em melhorar a força, aumentar a massa muscular e otimizar a resistência e o desempenho físico durante os exercícios. Embora presente naturalmente no organismo humano, a obtenção da creatina tradicionalmente acontece por meio do consumo de carnes vermelhas, peixes e aves.

Pesquisa

No estudo inovador, os pesquisadores empregaram módulos sintéticos contendo instruções genéticas para codificar enzimas específicas, capazes de converter aminoácidos em creatina dentro da planta Nicotiana benthamiana. Esta espécie vegetal, semelhante ao tabaco, tem o uso comum como modelo em experimentos de biologia sintética. Os resultados mostraram que o processo gerou 2,3 microgramas de creatina por grama de material vegetal após um período de três dias.

De acordo com a CNN, os cientistas expandiram suas investigações para incluir outros módulos sintéticos. Um deles foi para a produção de carnosina, outro suplemento alimentar popular entre atletas. Este módulo conseguiu elevar a produção da substância em 3,8 vezes, e atingiu uma média de 18,3 microgramas por grama de folha. No entanto, houve uma redução na síntese de taurina, um aminoácido que aparece frequentemente em suplementos pré-treino e bebidas energéticas.

Os autores do estudo consideram este trabalho uma prova de conceito promissora para a biossíntese de nutrientes complexos. Estes tradicionalmente encontrados em fontes animais utilizando sistemas vegetais vivos. Eles antecipam que futuras pesquisas possam aplicar essa metodologia em plantas comestíveis ou outras espécies vegetais que funcionem como biofábricas sustentáveis para a produção destes nutrientes essenciais.