A nota fúnebre foi dada por João Doria, hoje, no palácio dos Bandeirantes, em mais uma das coletivas em que o governador atua informalmente como MC. Paulo Egydio Martins, que foi governador biônico de São Paulo – para os mais novos: indicado pelo regime militar, quando não havia eleições diretas entre 1964 e 1982 –, morreu hoje, aos 92 anos.
Paulistano, o engenheiro Martins governou o estado entre 1975 e 1979, indicado pelo presidente Ernesto Geisel. Ele havia se aproximado dos militares ainda nos tempos de João Goulart, quando abriu seu escritório paulistano para futuras conspirações.
No governo Castello Branco, o primeiro do ciclo militar, foi ministro da Indústria e Comércio.
No governo, enfrentou diversas crises intensificadas pela repressão aos movimentos de oposição ao regime militar. A morte por enforcamento do jornalista Vladimir Herzog, da TV Cultura, com sete meses de mandato, não ajudou em nada.
Martins legou a rodovia dos Bandeirantes e a assinatura do acordo para a construção do aeroporto de Guarulhos. E apesar da proximidade com os militares, opôs-se ao uso da tortura, que ainda campeava em meados dos anos 1970.
“Meu amigo, transmito à viúva e aos seus filhos, parente e amigos a minha solidariedade. Paulo Egydio Martins foi um grande governador de São Paulo. Meu amigo, fiquei muito sentido e muito triste”, disse Doria.