Qual a taxa de mortalidade da Mpox?

Matthew Binnicker, diretor do Laboratório de Virologia Clínica da Mayo Clinic em Rochester, Minnesota, nos Estados Unidos, afirmou que os surtos anteriores relacionados ao clado 1 tiveram suas taxas de mortalidade em 10%

Qual a taxa de mortalidade da Mpox?
Já são mais de 15,6 mil casos confirmados e mais de 500 mortes neste ano somente na República Democrática do Congo – Reprodução X (@NP__Oficial)

O surto de mpox na África se tornou uma emergência de saúde pública global por decisão da Organização Mundial da Saúde (OMS). Já são mais de 15,6 mil casos e mais de 500 mortes neste ano somente na República Democrática do Congo, segundo a OMS.

De acordo com a CNN, o alto número de óbitos se relaciona ao atual surto na África acontecer pelo clado 1, a variante mais grave e transmissível do que o clado 2. Ela foi a variante responsável pelo surto em 2022. Além disso, houve a identificação de uma subvariante chamada clado 1B, em setembro de 2023, na República Democrática do Congo. Ela é ainda mais agressiva e transmissível do que a normal. No caso, ela já se espalhou para países próximos, como a Uganda e o Quênia, e para outros países fora da África, como a Suécia.

Segundo Matthew Binnicker, diretor do Laboratório de Virologia Clínica da Mayo Clinic em Rochester, Minnesota, nos Estados Unidos, surtos anteriores relacionados ao clado 1 tiveram suas taxas de mortalidade em 10%. “Isso quer dizer que, de todos os indivíduos infectados, estima-se que cerca de 10% possam morrer da infecção”, afirmou.

Estima-se, com base nos dados, que a taxa de letalidade do clado 1B varie entre 3% e 10%. “Se a mpox se tornar um surto em nações mais desenvolvidas, como Europa, Estados Unidos e Brasil, onde há sistemas de saúde melhores e medicamentos disponíveis, é esperado que a taxa de mortalidade seja mais baixa. O que estamos vendo na África, provavelmente, é a extremidade superior do que veríamos em outras nações”, esclarece o especialista.

Grupos de risco

A OMS orientou que pessoas imunossuprimidas podem ter um risco maior de desenvolver mpox grave ou morrer. Pessoas com HIV avançado também possuem um risco elevado de óbito caso tenham uma infecção grave, segundo a entidade. Entretanto, a OMS explicou que pessoas com HIV, mas que tiveram a supressão viral por meio do tratamento antirretroviral “não parecem ter risco maior de mpox grave do que a população em geral”.

Além disso, gestantes também tem um maior risco de ter um quadro mais grave da mpox e ter complicações de saúde. Crianças também podem correr um risco maior por conta da imaturidade de seus sistemas imunológicos.