Voepass suspende temporariamente venda de passagens

Medida atinge voos em Fortaleza, Natal e outros destinos

Foto: Paulo Pinto/ Agência Brasil

A perda do turboélice ATR 72-500, que fez o voo 2283 e caiu em Vinhedo (SP) no último dia 9, matando 62 pessoas a bordo, motivou a empresa aérea Voepass a suspender, até o próximo dia 31, a venda de passagens para voos que partem ou chegam aos aeroportos de Fortaleza e Natal, entre outros destinos.

Segundo a companhia, a medida foi adotada “em decorrência da reorganização da malha por contingenciamento”, o que causou atrasos e cancelamentos de voos.

No site da empresa, a venda de passagens para voos que interligam Fortaleza e Natal, e estas duas cidades a Fernando de Noronha ou Juazeiro do Norte, está bloqueada até pelo menos 31 de agosto. Também não é possível comprar bilhetes para viagens entre Fernando de Noronha e Juazeiro do Norte antes de 1º de setembro.

De acordo com a operadora responsável pelo aeroporto de Fernando de Noronha, além de suspender a venda de passagens, a Voepass não vem realizar os voos que interligam o arquipélago a Fortaleza e Natal desde o dia 12. e Fernando de Noronha, que atendem prioritariamente os clientes que adquirem bilhetes vendidos pela Latam, da qual a Voepass é parceira comercial.

Contingenciamento

Conforme noticiado pela Agência Brasil, desde o acidente com o voo 2283, consumidores que decidiram não voar com o Voepass e cancelaram suas passagens têm órgãos obrigatórios e plataformas de direitos do consumidor, como o site Reclame Aqui, relatando dificuldades para receber o reembolso integral do valor gasto com os bilhetes ou mesmo a realocação em outros voos. As reclamações sobre cancelamentos de voos pela própria empresa também se multiplicaram.

Consultada pela reportagem, a Voepass lamentou os “contratempos causados ​​pelo contingenciamento”. “Estamos trabalhando para minimizar transtornos aos nossos clientes. Todos os passageiros estão sendo alocados em outros voos. A Voepass trabalha arduamente para atender às expectativas de seus clientes e é solidária a eventuais queixas, que são relevantes para aprimorar a prestação de nossos serviços, e concentra o atendimento a elas em seus canais oficiais”, informou a companhia em nota, sem detalhar o impacto da suspensão temporária da venda de passagens e da quantidade de voos cancelados a partir do último dia 9.

Responsável por regular e fiscalizar as atividades de aviação civil no Brasil, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) afirmou que monitora regularmente as reclamações de passageiros registrando nos canais de atendimento da própria agência ou na plataforma Consumidor.gov. Além disso, na última sexta-feira (16), servidores da agência se reuniram com representantes da Voepass para discutir as providências que a empresa deve adotar para garantir a normalidade de suas operações.

“Após priorizar, no primeiro momento, a assistência às famílias das vítimas, a Anac iniciou a operação assistida com o objetivo de manter a prestação do serviço da Voepass em condições adequadas”, informou a Anac. “No atual contexto pós-acidente aéreo, e considerando aspectos de fatores humanos, a agência entende ser importante intensificar a vigilância continuada e o monitoramento do serviço prestado pela empresa, estabelecendo condições para evitar anormalidades na operação.”

Em caso de atrasos, cancelamentos e interrupções do serviço de transporte aéreo, a Anac orienta os passageiros afetados a contactarem a companhia aérea responsável pelo voo. A empresa aérea deve cumprir os dispositivos previstos na Resolução nº 400, de 13 de dezembro de 2016, que trata das condições gerais para o transporte de passageiros.

Segundo a Resolução nº 400, os casos de atrasos, cancelamentos e interrupções do serviço devem ser comunicados imediatamente pelas empresas, que devem manter o passageiro informado a cada 30 minutos quanto à previsão de partida dos voos atrasados. A empresa aérea deve oferecer material de assistência gratuitamente, de acordo com o tempo de espera no aeroporto, contado a partir do momento em que ocorreu o atraso, o cancelamento ou a interrupção.

Fonte: Agência Brasil