Ainda que tenha contado com o apoio explícito do presidente Jair Bolsonaro para chegar à presidência do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) não tem nada de bolsonarista.
Usa um tom mais moderado que os aliados do presidente, evita aglomerações, não celebrou sua vitória com uma festa para 300 pessoas, fala sobre a necessidade de conciliar o teto de gastos com a assistência social e rechaça radicalismos.
O novo capitão Rodrigo deixou claro não ser adepto das pautas reativas do Governo Federal, notadamente a de costumes. E está rouco (ironia, tá?) de tanto defender a conciliação e o fortalecimento do sistema de saúde pública.
“Nada é definitivo”, resumiu um senador que estava na posse de Pacheco, deixando um pequeno enigma no ar.
Ou, em outras palavras: vem lenha aí.
A propósito, Jair Bolsonaro disse hoje, em nova inauguração dessas, agora em Cascavel (PR), que já conversou com os novos presidentes das duas Casas do Congresso para colocar em votação o famigerado excludente de ilicitude para militares.
Para quem não se lembra, essa velha bandeira de Bolsonaro livra de indiciamento o agente da lei que matar alguém em serviço desde que atuando por “medo, surpresa ou violenta emoção”.