Fundada em 2020, durante a pandemia, por Romanna Remor, Gileno Marcelino e Vinicius Biagi, a Viva Regenera rapidamente se destacou por seu compromisso com práticas regenerativas e a produção de alimentos de alto valor nutricional. Em apenas quatro anos, a empresa não só cresceu significativamente, mas também se estabeleceu como um exemplo de como o comércio ético e a sustentabilidade podem andar de mãos dadas.
Em 2020, você e Gileno Marcelino se uniram a Vinicius Biagi para fundar a Viva Regenera. Quais foram os maiores desafios e aprendizados ao longo desses quatro anos de trajetória da empresa?
A Viva Regenera foi concebida e nasceu em meio à pandemia. E, justamente pela complexidade do período, foi nossa forma de endereçar anseios e responder a questões que nós próprios sentíamos latejando. A busca por respostas e dilemas individuais e coletivos foi o que adubou esse projeto.
Alguns dos aprendizados mais marcantes vieram muito em decorrência dos desafios do período: a compreensão mais profunda e abrangente sobre o conceito de saúde e a necessidade de manter a imunidade forte continuamente, resultado de uma rotina diária de bem-estar; a necessidade de reconexão consigo, com o próximo e com o meio; a necessidade de expandir espaços e oportunidades de interação com a natureza; e a floresta viva como uma fonte natural poderosa de cura para o ser humano e para o planeta.
Sobre os desafios, foi um esforço hercúleo apresentar ao mercado, de forma pioneira, uma linha de alimentos e ativos cultivados através de sistemas agroflorestais e minimamente processados. Poucos conheciam essa forma de cultivo e a diferença que faz no valor nutricional dos alimentos.
Foi desafiador — e ainda o é — mostrar ao consumidor e ao mercado que podemos e precisamos ir além da busca por saudabilidade, agregando o princípio da sustentabilidade com igual importância.
Continua sendo um desafio mostrar ao consumidor a diferença entre preço e valor, expandindo seu grau de consciência e responsabilidade individual para incluir o bem-estar coletivo. Assim como também requer bastante energia para apresentar ao mercado alimentos brasileiríssimos e desconhecidos pelo público, sensibilizando sobre suas qualidades e formas de uso.
O “greenwashing” também prejudica muito o trabalho sério e diligente de empresas que são realmente comprometidas com a regeneração da natureza.
Por fim, temos o desafio de ajudar a estruturar as cadeias de valor, já que nossos parceiros fornecedores geralmente são pequenos produtores e extrativistas que vivem em áreas de difícil acesso e com logística cara.
A Viva Regenera cresceu significativamente desde sua fundação. Qual foi a principal estratégia que impulsionou esse crescimento no mercado de alimentos nutritivos e sustentáveis?
Inovar é desafiador, mas tem sua recompensa. Despontamos como a primeira marca de produtos saudáveis, agroflorestais e amigos da floresta do país. Isso é o que faz de nós únicos. Participamos recentemente da maior feira do setor de supermercados da América do Sul e, dentre uma imensidão de expositores, éramos os únicos do segmento de alimentos saudáveis com procedência agroflorestal e regenerativa.
A parceria e o apoio do Instituto Nova Era, nosso braço socioambiental, e de parceiros como Origens Brasil e Fundação Ellen MacArthur também têm sido fundamentais. Muito bom saber que não estamos sozinhos!
Recentemente, vocês participaram do Grande Desafio de Redesenho de Alimentos da Fundação Ellen MacArthur. Pode nos contar mais sobre essa experiência e as ideias propostas pela Viva Regenera?
A economia circular é um movimento promissor que nos traz esperança em relação ao futuro da humanidade e do planeta. E seus princípios podem e devem permear a produção de alimentos, contribuindo para que a natureza prospere.
Decidimos participar do Grande Desafio de Redesenho de Alimentos da Fundação Ellen MacArthur porque nossa forma de produzir, embalar e comercializar alimentos e ativos já tinha como critérios e objetivos princípios do design circular.
Apresentamos quatro alimentos e/ou bebidas e os quatro foram aceitos para participar do desafio. Destes, um já foi lançado: o Cacau Ativado da Floresta, um sucesso que já chegou à prateleira mais linda do varejo: a “Floresta faz Bem”, da rede Carrefour.
Em setembro, lançamos dois chás inovadores, circulares e deliciosos. São os primeiros chás circulares do Brasil. E, em outubro, lançaremos o quarto produto que integra o desafio. A Fundação tem feito um trabalho incrível ao apoiar e conduzir-nos pela mão rumo à produção circular de alimentos. Tem sido um enorme aprendizado!
A inauguração da nova fábrica em Cravinhos, São Paulo, é um marco importante para a empresa. Quais são as expectativas para essa nova unidade fabril e como ela contribuirá para a expansão da produção?
Estamos animados com a nova fábrica, a poucos metros de uma de nossas principais áreas de cultivo dos nossos alimentos. Será a materialização do modelo mais circular e regenerativo que conhecemos: curar o solo produzindo alimentos íntegros, plantando florestas e contribuindo para os objetivos de saúde, vida consciente e bem-estar das pessoas, minimizando o impacto negativo. Tudo no mesmo lugar, do pé ao pacote!
Queremos levar os clientes, investidores, parceiros, profissionais da saúde e concorrentes para conhecer esse conceito de plantar e processar minimamente no mesmo lugar, integrando a cadeia, o meio e as pessoas.
A linha de produtos regenerativos da Viva Regenera está crescendo, com novos lançamentos como o Shot da Floresta e o Cacau Ativado da Floresta. Quais são os próximos lançamentos que podemos esperar da marca?
Os dois chás da Linha Ciclos e a Proteína da Floresta, que fazem parte do Grande Desafio de Redesenho de Alimentos. Tanto os chás quanto a proteína trazem ingredientes inusitados, circulares, sustentáveis e cheios de sabor e valor nutricional. Preparem-se para se surpreender!