Olimpíadas tem batalha jurídica para mudar nome de cavalo brasileiro

Thalita Olsen de Almeida, dona do animal desde 2005, decidiu fazer a mudança do nome do animal após a égua vencer o GP de Miami e uma pessoa citar a possibilidade de uma participação nas Olimpíadas

Olimpíadas tem batalha jurídica para mudar nome de cavalo brasileiro
Yuri Mansur foi convocado juntamente com a égua – Reprodução Instagram (@yurimansurguerios)

Nas Olimpíadas, uma batalha judicial para a mudança de nome de uma égua brasileira esteve presente no evento esportivo. A escolha de nome esteve entre Miss Blue, Miss Blue Saint Blue Farm e Miss Blue Mystic Rose. No caso seria a da certidão de nascimento, a que a proprietária escolheu ou a versão livre de marcas comerciais, como as dos Jogos.

Miss Blue, da raça Brasileiro de Hipismo (BH), foi convocada juntamente com Yuri Mansur. Ela nasceu em um haras brasileiro, o Rosa Mystica, e comprada por Thalita Olsen de Almeida com 1 ano e oito meses. Quando nasceu, ganhou o sobrenome do haras que nasceu: ‘Miss Blue Mystic Rose’.

No caso, este seria o nome que apareceria em seus dois passaportes brasileiros, de raça (no caso, emitido pela ABCCH) e da confederação de hipismo. Porém, a égua teve seu nome registrado como “Miss Blue Saint Blue Farm” na federação real da Holanda. No entanto, um cavalo não poderia ter seu nome mudado, por conta das leis brasileiras. Somente se ele fosse registrado em outro país, poderia ter um “nome esportivo” reconhecido pela Federação Internacional de Hipismo (FEI).

O processo

A égua, com o nome de QH Miss Blue Saint Blue Farm (QH seria a sigla de Quality Horses, empresa de Mansur), ganhou o GP de Aachen (Alemanha) em 2023. Neste evento, Josias Leite, fundador do Rosa Mystica, subiu ao pódio à convite de Thalita Olsen de Almeida. No entanto, dois meses depois, Almeida descobriu que foi processada civil e criminalmente pelo haras da família Leite. Eles alegaram que a mudança iria contra a Convenção de Estocolmo, de 1974, e o nome dado no Brasil não poderia mudar em outro país.

No caso, ela afirmou que decidiu mudar o nome de Miss Blue depois que a égua ganhou uma competição em Miami e uma pessoa comentou sobre uma chance de participação nas Olimpíadas. Almeida ainda contou que considerou a opinião de Nilson Leite, o criador do animal. “Eu liguei para ele e disse que iria mudar o nome da égua, e expliquei os motivos. Ele poderia ter dito que ficaria chateado, me pedir para não fazer isso, mas não falou nada. Disse que entendia, que queria o melhor para o animal”, afirmou Thalita.

O processo iniciado pelo Rosa Mystica garantiu uma liminar favorável na Justiça de Salto de Pirapora (SP) para que o FEI voltasse com o nome original da égua. No entanto, não houve alteração no nome da participante da Olimpíadas. De acordo com a UOL, a FEI afirmou que não poderia alterar unilateralmente o nome de um animal.