Dez dias do calendário sumiram em outubro de 1582. Aliás, esses dez dias sequer existiram. Isso porque houve uma troca de calendários séculos atrás e afetou a contagem dos dias.
Problemas na Páscoa
Até o ano de 1582, a maioria da Europa utilizava o calendário criado pelo imperador romano Júlio César (100 a.C – 44 a.C), que existia desde o ano 45 a.C. Este foi que predominou no mundo cristão no primeiro milênio e parte do segundo milênio d.C.
No caso, no calendário Juliano, existiam 11 minutos e 14 segundos a mais do que o ano solar. Por isso, a cada 314 anos, havia o desvio de um dia na contagem. De acordo com a revista Galileu, os cristãos achavam isso um problema, pois afetava a comemoração da Páscoa.
Desta maneira, em 315, houve o decreto de que a data seria celebrada no primeiro domingo após a primeira lua cheia. Esta que seguia o equinócio primaveril e caía no dia 21 de março no Hemisfério Norte. Porém, houve a mudança de data com o tempo. O problema foi notado nos primeiros séculos da Idade Média (476-1453), mas nada aconteceu.
10 dias sumiram
O Papa Gregório XIII (1502-1585) que instaurou o novo calendário. O modelo Juliano e o Gregoriano seguiram o calendário solar, com 12 meses no ano e com 28 a 30 dias. Ambos totalizaram 365 dias na maioria dos anos. No entanto, haveria a adição de um dia em fevereiro para corrigir a contagem dos dias. Porém, a forma como aconteceria a adição deste dia mudou no Gregoriano.
No calendário do Papa Gregório XIII, a adição do dia aconteceria a cada quatro anos, menos nos anos divisíveis por 100 e não divisíveis por 400. No entanto, era preciso eliminar 10 dias do calendário anterior. Como não queriam eliminar nenhuma comemoração cristã, eles escolheram outubro, por não ter nenhuma festividade.