Planta é modificada para dar nutrientes do leite materno; veja estudo

A planta foi considerada “prima” do tabaco e a modificação deu a ela compostos encontrados no aleitamento materno

Planta é modificada para possuir nutrientes do leite materno
A pesquisa também incluiu um composto chamado de LNFP1, que tem a capacidade de reduzir infecções em bebês – Reprodução Freepik (@freepik)

Uma planta, considerada parente próxima do tabaco, tornou-se modificada geneticamente para produzir nutrientes achados no leite materno humano. Esse experimento esteve dentro de um estudo publicado na revista Nature Food, na última semana.

De acordo com a revista Galileu, os pesquisadores afirmaram que essa tecnologia poderá tornar as fórmulas infantis reprodutoras realísticas dos benefícios do leite materno na saúde.

Além disso, a pesquisa mostrou que a mutação da planta Nicotiana benthamiana, produzida em laboratório, produziu açúcares complexos, chamados oligossacarídeos do aleitamento humano. Esses nutrientes criam bactérias saudáveis no intestino e podem gerar benefícios ao sistema imunológico da criança.

Em entrevista ao The Guardian, Patrick Shih, o biólogo responsável pelos estudos na Universidade da Califórnia, em Berkeley, explicou os objetivos da pesquisa. “Imagine poder produzir todos os oligossacarídeos do leite humano em uma única planta. Então, poderíamos apenas moer essa planta, extrair todos os oligossacarídeos de uma vez e adicionar diretamente à fórmula de nutrição infantil”, destacou ele.

Nesta pesquisa, os cientistas reprogramaram o mecanismo da planta para produzir os açúcares complexos. Eles ligaram os açúcares simples, chamados monossacarídeos, em grandes cadeias ramificadas que criam os complexos. Com isso, houve a aplicação de genes projetados para a produção de enzimas específicas para montar os açúcares básicos que formam uma diversidade de HMOs.

Hoje em dia, já houve a descoberta da possibilidade de modificar as bactérias E. coli para produzir pequenas quantidades de HMOs. No entanto, alguns tipos de HMOs são complicados de se fabricar e caros de serem isolados de subprodutos tóxicos. A pesquisa atual também incluiu um composto chamado de LNFP1, que tem a capacidade de reduzir infecções em bebês, mas que não consegue ser produzido em grandes quantidades com a fermentação microbiana.