O filme, produzido pela Lira Cinematográfica e Enquadramento Produções em colaboração com a Pomme Hurlante Films e as brasileiras Filmes de Abril e Ipê Branco Filmes, será distribuído pela Embaúba Filmes.
Com uma trajetória de sucesso em festivais, incluindo prêmios como Melhor Filme em Queer Lisboa e no Festival Internacional de Direitos Humanos de Nuremberg, “O Estranho” retrata o cotidiano dos trabalhadores no Aeroporto de Guarulhos, explorando as camadas históricas e sociais desse território. Enquanto o aeroporto é um símbolo do progresso e da globalização, também representa um aspecto agressivo de colonização e ocupação.
Os diretores descrevem o processo de filmagem como uma imersão total no território de Guarulhos, explorando não apenas o aeroporto, mas também os arredores, incluindo bairros urbanos, comunidades rurais e sítios arqueológicos. Eles enfatizam a paisagem como um espaço de luta social e confronto de temporalidades, semelhante ao universo interior das pessoas.
Para Flora Dias, o filme é fruto de muitos anos de trabalho e colaboração, guiado por uma forte energia espiritual. Juruna Mallon destaca a importância dos encontros ao longo do processo de criação, desde o contato com o território de Guarulhos até as parcerias com a equipe e os personagens do filme.
A sinopse do filme destaca a história de Alê, uma funcionária do aeroporto cuja família teve sua história sobreposta pela construção do mesmo. O filme explora as memórias e o futuro dos personagens, todos influenciados pelos rastros de um passado em constante transformação em um território indígena.
“O Estranho” foi realizado com recursos do FSA e da Lei Aldir Blanc, contando com o apoio de diversas entidades, incluindo a Spcine, a Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo e fundos internacionais como o Hubert Bals Fund e o Visions Sud Est. O filme também participou de laboratórios e eventos de cinema, tanto no Brasil quanto no exterior, antes de chegar à sua tão aguardada estreia nos cinemas.
Sinopse
Em um território indígena funciona o Aeroporto Internacional de Guarulhos. Centenas de milhares de passageiros o atravessam diariamente e 35.000 trabalhadores apoiam sua operação. O Estranho retém seu olhar não sobre aqueles que passam, mas sobre o que ali permanece. Seguimos personagens cujas vidas se cruzam no dia a dia do trabalho neste chão. Alê, uma funcionária de pista cuja história familiar foi sobreposta pela construção do aeroporto, nos conduz por encontros através dos tempos. As memórias e o futuro dela e de seus companheiros estão permeados por uma questão comum: rastros de um passado em um território em constante transformação.