“Missão dada é missão cumprida”, poderia dizer o ex-governador paulista Márcio França, caso essa frase, popularizada pelo filme Tropa de Elite, ainda circulasse com força 16 anos após o lançamento do blockbuster.
(Na verdade, até circula, como viu-se na diplomação de Lula, em dezembro).
França, até outro dia ministro de Portos & Aeroportos, acordou hoje titular de uma pasta que só existe nos desvãos do Diário Oficial, a do Empreendedorismo da Micro Empresa e da Empresa de Pequeno Porte. O político teve de abrir espaço em Portos & Etc. para o deputado federal licenciado Silvio Costa Filho (Republicanos), que chega ao Esplanada junto com o colega André Fufuca, do PP, em arranjo de Lula com o grupo adesista e pluripartidário Centrão.
Pois França fez o que já fazia diariamente quando em Portos Et Caterva: tuitar. Pouco antes das 3 da tarde, ele já escrevia justamente a expressão “missão dada”.
Os negócios de pequeno porte geram 7 de cada 10 vagas CLT do país. A missão dada pelo presidente @LulaOficial com o Ministério do Empreendedorismo da Micro Empresa e da Empresa de Pequeno Porte é estar ao lado de toda essa gente que faz a economia do Brasil girar! Uma honra! 🇧🇷 pic.twitter.com/4VKqX26gSX
— Márcio França (@marciofrancasp) September 13, 2023
O PSB, partido de França e um dos primeiros a engrossar a frente que elegeu Lula, não viu esse componente de honraria. Na semana passada, Carlos Siqueira, presidente da sigla, havia criticado o convite feito aos deputados Fufuca e Costa, do PP e do Republicanos, legendas que apoiaram Jair Bolsonaro, para entrar no Esplanada, no acordão feito pelo governo federal com o alto cardinalício do Centrão.
“Todo governo precisa ter uma oposição. Trazer todo mundo para o mesmo âmbito, que todo mundo só sabe ser governista, é muito ruim para a democracia. Tem que partir da sociedade um movimento de não aceitar essa prática”, disse então Siqueira.