Um relógio Patek Philippe que foi presenteado a John Lennon por sua esposa, Yoko Ono, pouco antes de seu trágico assassinato em 1980, foi recentemente descoberto em Genebra após anos de desaparecimento misterioso.
Atualmente, o relógio que pertencia ao ex-Beatle está sob posse dos advogados de um colecionador italiano de relógios. Este colecionador adquiriu a peça em uma casa de leilões alemã que agora está extinta, de acordo com documentos legais oficiais apresentados em um tribunal em Genebra. Yoko Ono havia presenteado Lennon com o relógio em seu 40º aniversário, e há suspeitas de que um ex-motorista da artista japonesa tenha roubado a preciosidade há muitos anos.
O cronógrafo de calendário perpétuo Patek Philippe 2499 está no centro de uma longa disputa legal entre a viúva de Lennon e o colecionador de relógios não identificado, que agora veio à luz. Em junho, um tribunal em Genebra decidiu que Ono é a legítima proprietária do relógio, e o colecionador decidiu recorrer da decisão, conforme os registros judiciais.
O relógio de pulso, que estava desaparecido há muito tempo, é considerado um verdadeiro tesouro para os colecionadores de relógios e pode ser um dos relógios mais valiosos do mundo.
Embora a decisão do tribunal não mencione os nomes de Lennon e Ono, detalhes biográficos tornam suas identidades claras. A ação judicial faz referência à nacionalidade de Ono e ao trágico assassinato de Lennon em frente à sua casa dois meses após seu 40º aniversário. Os documentos também citam uma gravação no relógio que faz alusão a uma música que o casal “compôs juntos após um período de separação”.
A advogada de Genebra que representa Yoko Ono no caso, Michèle Wassmer, não respondeu aos pedidos de comentários por telefone e email. A decisão do tribunal foi inicialmente divulgada pelo blog jurídico suíço Gotham City. Atualmente, Yoko Ono tem 90 anos de idade.
“Este é, sem dúvida, um dos relógios mais procurados que o mundo dos relógios estava ansioso para ver”, afirmou Marc Montagne, autor do livro “Investir em Relógios: A Arte da Colecção de Relógios”.
Em 2014, uma empresa de Genebra entrou em contato com Ono para avaliar o valor do relógio, que havia sido adquirido por 600 mil francos suíços (US$ 672 mil) por um colecionador italiano de relógios que residia em Hong Kong, de acordo com os documentos do tribunal.
Isso deu início à batalha legal, já que Ono processou para recuperar o que ela alega ser seu. O colecionador argumentou que Ono não havia relatado o roubo do relógio como exigido pela lei do estado de Nova York, onde ela reside.
Os advogados de Ono afirmaram que o relógio poderia ser avaliado em 4 milhões de francos suíços (US$ 4,46 milhões), de acordo com a petição apresentada ao tribunal. No entanto, especialistas acreditam que seu valor pode ser muito maior, levando em consideração o lugar icônico de Lennon na história musical e cultural.