A aprovação pela Câmara dos Deputados por voto simbólico na terça-feira (5) do teto para a cobrança dos juros do cartão de crédito, o chamado crédito rotativo, motivou uma nota à Mario Amato, digamos, da Febraban. Amato, então presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), disse em 1989 que uma eventual vitória de Lula nas eleições presidenciais implicaria fuga de “uns 800 mil” empresários do Brasil. Fernando Collor ganhou do petista e deu seu “ippon”, como dizia, ao enxugar as divisas de famílias e empresas – sigamos.
A Federação Brasileira dos Bancos, a Frebraban, emitiu nota na mesma terça-feira dizendo o seguinte: “No caso do cartão de crédito, produto que responde por 40% de todo o consumo no Brasil e 21% do PIB, tetos para os juros no rotativo podem tornar uma parcela relevante dos cartões de crédito inviáveis economicamente, afetando a disponibilidade de crédito na economia”.
O projeto aprovado, que agora segue para o Senado, estabelece como teto da dívida o dobro do montante inicial, o que parece já bastante bom para aquele que empresta – e cobra firme depois. Ficou também determinado que em até três meses os players do negócio devem apresentar propostas para a regulamentação.
A presidente do PT, deputada federal pelo Paraná Gleisi Hoffmann, reagiu bem a seu estilo contra a grita dos bancos. No meio da manhã desta quarta-feira (6) foi ao ex-Twitter para proclamar:
Estava demorando para os grandes bancos reclamarem do projeto que limita o juro do cartão de crédito rotativo. Lucram horrores e vêm falar que vai prejudicar o crédito?! Essas taxas abusivas é que impedem o povo de pagar as contas. De 77,5% das famílias endividadas no país,…
— Gleisi Hoffmann (@gleisi) September 6, 2023