Dentre os atores vitoriosos com a aprovação da PEC da reforma tributária, disputa política que certamente foi a mais decisiva até aqui de Lula 3, o presidente da Câmara Federal, Arthur Lira (PP-AL), está na estratosfera — é hors concours. Ele, afinal, não apenas matou no peito a votação, fazendo convocação geral dos deputados sob cronograma claramente apertado, como tomou para si, simbolicamente, a paternidade da PEC.
(E dá-lhe entrevistas preparatórias nas emissoras all-news e discursos no plenário falando da “pauta de Brasil”, pauta de Estado” etc.)
E já que Lira não disputa por ser, claro, hors concours, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, passa a ser o principal vencedor. O “tucano do PT”, como se falava quando o PSDB ainda tinha alguma importância, tomou à frente da negociação política, e, com paciência e quem sabe um pouco de body language, eclipsou inclusive ministros que estão na Esplanada exatamente para fazer negociação política — caso de Alexandre Padilha, ministro das Relações Institucionais.
Tudo isso pode parecer subjetivo demais, mas aí Felipe Nunes, CEO do instituto Quaest, que faz a melhor análise de popularidade digital do Brasil, entrou em campo. Nesta sexta (7), ele publicou pesquisa sobre a reforma tributária nas redes sociais, analisando menções positivas e negativas de diversos atores.
Haddad ganha de lavada: 78% menções positivas contra 22% negativas.
Depois vem Lira, 63% a 37%; e Lula, 58% a 42%.
O governador paulista, Tarcísio Gomes de Freitas, mesmo tendo sido jogado às piranhas, até que não faz feio: 49% a 51%.
Bolsonaro, já que vocês perguntaram, naufragou’: 29% a 71%.