O processo movido por Ghosn cita não só a Nissan, mas também duas outras duas empresas e doze pessoas. A alegação aponta crimes como difamação, calúnia e fabricação de provas materiais.
Na terça-feira (20) a agência Reuteurs teve acesso ao processo, que foi aberto em maio. Nele, Ghosn pleiteia US$ 588 milhões em remuneração não recebida quando trabalhava na empresa, e outros US$ 500 milhões por danos morais. A audiência está marcada para 18 de setembro.
Ghosn foi detido no Japão no final de 2018 sob acusação de quebra de confiança, má conduta financeira e desvio de dinheiro. Na época, declarou sua inocência e alegou que estava sendo alvo de um complô da Nissan para destituí-lo do comando.
Segundo ele, no dia de sua prisão, documentos foram retirados de sua casa no Líbano e compartilhados com as autoridades japonesas. Ghosn fugiu do país asiático no final de 2019. Escapou escondido em uma caixa a bordo de um jato executivo.
Com cidadania brasileira, francesa e libanesa, o ex-executivo está refugiado no Líbano desde então. Não pode sair do país por conta de um alerta vermelho emitido pela Interpol.
Questionado se iria abarcar a Renault no processo (além de presidir a aliança Renault-Nissan, ele também foi CEO da montadora francesa),Ghosn declarou que, por ora, seu alvo é a Nissan. “Se a culpa for comprovada, eles terão que pagar.”