O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que parece estar se fortalecendo nestes primeiros 20, 25 dias de transição entre dois governos ideologicamente distintos, fez uma saudação ao setor agropecuário brasileiro nesta terça (22).
Em evento da Frente Parlamentar Agropecuária, em Brasília, o deputado disse que os produtores rurais brasileiros têm “consciência da importância da preservação ambiental”. Segundo o site oficial da Câmara Federal, o presidente do órgão ainda elogiou o Código Florestal, chamando-o de “legislação mais avançada no mundo” sobre o tema. Lira ainda disse acreditar que a péssima imagem do Brasil no exterior, cultivada diligentemente pelo governo demissionário, se deve, na verdade, a “problemas orçamentários”.
“Nós somos os menos poluidores [no mundo], mas temos problemas orçamentários sérios relacionados ao meio ambiente. Enquanto não tivermos uma política forte de monitoramento, de fiscalização, de sustentabilidade na Amazônia, não teremos a resolução dos problemas de desmatamento e garimpo ilegal no País. Temos essa responsabilidade de trazer essas discussões e não podemos nos furtar a elas”, disse.
Ou seja, Lira, ao que tudo indica, tentou embarcar na nova agenda ambiental de Lula, o presidente eleito que garantiu na semana passada, no encontro da COP27, protagonismo para o tema; e, ao mesmo tempo, deu um jeito de não queimar pontes com Bolsonaro e com a enorme bancada do agro, majoritariamente bolsonarista.
No mesmo evento, o presidente da Confederação Nacional da Agricultura, João Martins, falou que “fantasma das invasões de terra, tratadas com benevolência por autoridades públicas, aparecem novamente no horizonte”.