Setores da oposição acreditam que a aprovação recorde de 37% do governo Jair Bolsonaro apresentada pelo Datafolha nesta sexta-feira pode mostrar uma contradição dentro do Planalto. Ao receberem a notícia, grupos da oposição tiveram a sensação de que a grande aprovação de Bolsonaro em meio a uma pandemia ocorreu em função do auxílio emergencial que o presidente foi contra, no princípio, e que só foi aprovado devido a pressão de deputados. No entanto, os parlamentares também entenderam que a melhora nos índices se deu porque o presidente mudou o tom do discurso além de grande parte da população não acompanhar as minúcias da política.
Mesmo vendo a aprovação de Bolsonaro com indignação, líderes da oposição acreditam que isso pode acabar prejudicando a imagem do presidente em breve. Afinal, ele e a agenda de ajuste do ministro Paulo Guedes são contra um auxílio permanente. Sendo assim, se a verba for cortada em setembro o governo poderá estar diante de uma situação catastrófica e a base de apoio pode ser perdida. Para atingir esse objetivo, a oposição vai inflar ainda mais o discurso de que uma renda permanente é necessária. (Giorgia Cavicchioli)14