Com “dá um google”, Bolsonaro tenta se livrar da pecha de desmatador

Em debate neste domingo (16), presidente sugere comparação de seus números absolutos de desmatamento na Amazônia com os de Lula, ignorando variação de queda da taxa do oponente

Lula e Bolsonaro || Crédito: Reprodução/Band/Bruno Kelly/Amazônia Real

Um dos momentos mais curiosos do primeiro debate entre os presidenciáveis do segundo turno neste domingo (16), em São Paulo, ocorreu quando Jair Bolsonaro tentou defender-se dos números terríveis que coleciona, ano a ano, de desmatamento na Amazônia.

O presidente sugeriu para o espectador “dar um google aí” para comparar as taxas do primeiro mandato de Lula com os três anos já contabilizados de sua gestão.

Números absolutos, bem entendido.

Mas o que vale, sabe-se, é comparar o dado percentual. No caso de Lula, de queda; no caso de Bolsonaro, de aceleração.

Lula recebeu de Fernando Henrique a Amazônia perdendo florestas a uma taxa de 25,4 mil km2 anuais; entregou para Dilma Rousseff, sua sucessora, a um índice de 7 mil km2, queda acumulada nos dois mandatos de 72% .

Bolsonaro recebeu de Michel Temer o desmate a uma taxa de 7,5 mil km2. Em 2021, o índice já estava em 13 mil km2. Considerados os índices parciais de 2022, que apontam elevação em todos os períodos, o fim de seu mandato terá percentual de aumento de desmatamento recorde.

 

Fonte @tassoazevedo Mapbiomas