Aos poucos, sem alarde nem histeria, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), vem voltando à tribuna política. Talvez num “pace” discreto demais, dado o bombardeio, ainda que civilizado, a que tem sido submetido nos últimos dias.
Pacheco, como se sabe, foi designado por Gilberto Kassab, presidente do PSD, para o papel de pré-candidato a presidente da República pela sigla. Mas em 2022 o senador parece ter esquecido de incorporar tal personagem.
A suposta amnésia de Pacheco tem provocado no títere Kassab reações pontuais. Ora Kassab fala em oferecer o papel ora com Pacheco ao governador gaúcho, Eduardo Leite; ora fala em nomes mais escalafobéticos, como o do ex-governador capixaba Paulo Hartung.
Sabe-se que a jogada de Kassab é agregar valor a Pacheco (ou a qualquer êmulo) para cobrar mais pela retirada desse mesmo nome mais à frente, em prol de candidato mais competitivo em outubro. Daí que não deixa de surpreender que o homem do “não é de esquerda, não é de direita e tampouco de Centro” tenha falado esta semana em hipótese excludente: engrossar a candidatura Lula já no primeiro turno.
Mas de volta a Pacheco, que é o que nos interessa aqui. O homem compareceu à filiação do deputado Marcelo Ramos ao PSD na quarta (9), mesmo dia em que abriu a sessão do Senado fazendo defesa dos direitos humanos e posicionando-se contra as alusões em voga ao nazismo; nesta quinta (10), ele foi ainda mais longe: disse que a mal-ajambrada PEC dos Combustíveis não terá vida fácil no Senado e apontou projetos de lei já em discussão na Casa como mais pertinentes.
Parece uma resposta clara aos tuítes de seu homólogo da Casa Baixa, Arthur Lira, que, em tabelinha nada asseada com Bolsonaro, acha que os governadores arrecadaram muito e têm espaço para reduzir o ICM, imposto que incide também sobre os combustíveis.