Marcas correm de “anti judaísmo” de Rogan brasileiro

Depoimento de apresentador de podcast Flow que entende manifestações de ódio como liberdade de expressão gera comoção entre patrocinadores, que anunciam retirada

Monark e Joe Rogan || Crédito: Reprodução

A internet conseguiu dar voz e audiência para uma leva de apresentadores, podcasters e influencers que têm o mérito – ou, pelo contrário, o demérito – de expor sem mais aquela suas ideias. Às vezes, elas são simplesmente sinceras, dignas de serem ditas no bar ou no churrasco, e não estão a serviço de um projeto – como diria um novo presidenciável, que também gosta de usar a palavra “escusas”.

Esse parece ser o caso do apresentador Monark, do podcast Flow, que, em razão da grande audiência de seu “show”, passou a receber com assiduidade políticos – lá estiveram Ciro Gomes, Sergio Moro e, nesta segunda (7), os deputados federais Kim Kataguiri (DEM-SP) e Tabata Amaral (PSB-SP).

A essa altura do campeonato, todos já sabem que Monark defendeu a liberdade de expressão no programa até para os “anti judeus” – no que foi endossado, com uma ressalva, por Kataguiri. É um dos trend topics do Twitter nesta terça (8).

Os patrocinadores, alguns deles ao menos, parecem ter entrado em choque. A marca esportiva Puma, fazendo questão de dizer que não é parceiro regular do Flow, mas apoiador de uma ação “pontual” no passado – e mesmo assim tendo o logotipo exibido até esta segunda-feira no podcast, o que, convenhamos, não deve ter desagradado tanto à marca –, escreveu o seguinte:

“Discordamos e repudiamos veementemente as declarações e ideias expressas durante o último Flow Podcast, transmitido nesta segunda-feira (7).”

Já a startup Flash Benefícios, de cartão de benefícios, que também apoia o programa do apresentador Fausto Silva em sua reencarnação na Band, chamou a declaração de Monark de “comentário inadmissível” e “absurdo” e solicitou o fim do contrato.

Forçando a barra dá para pensar em Monark como o Joe Rogan brasileiro, o negacionista que tem o podcast de maior audiência do Spotfy nos Estados Unidos e no Reino Unido, razão da saída de alguns artistas do aplicativo como Neil Young. Para que a pecha sirva a Monark, está apenas faltando Jair Bolsonaro se solidarizar com o jovem brasileiro.

Não deve demorar.