O desprestígio acumulado pelo ministro da Economiazinha, Paulinho Guedes, ao longo de três anos de governo Bolsonaro só não é maior porque ele, o desprestígio, já atingiu o ponto de saturação – para entender o conceito, basta pensar na bateria de um aparelho celular que é carregada em 100% mas segue conectada à eletricidade.
Assim, eventos que denotam a insignificância do tal Posto Ipiranga se sucedem e já ganham destaque zero no colunismo político nacional.
Esta semana, por exemplo, soube-se que a PEC apresentada na reabertura dos trabalhos legislativos para tentar sustar os sucessivos aumentos dos preços dos combustíveis, fixação de Bolsonaro nos últimos meses, foi gestada na Casa Civil, e não na Economiazinha, como era de se esperar.
A PEC faculta à União, aos estados e aos municípios promover “redução total ou parcial de alíquotas de tributos de sua competência incidentes sobre combustíveis e gás” já a partir de 2022. O presidente mais uma vez joga para a galera, ao abrir mão de uma receita que os demais entes federados não podem prescindir – e deve usar isso na campanha eleitoral como argumento de que foi até aonde dava – mas o “xistema” não deixou que…
A PEC foi levada à Câmara Federal pelo deputado Christino Aureo (PP-RJ), figura pouco notória do plantel do Centrão – a agremiação adesista de Ciro Nogueira, Arthur Lira y caterva.
Mas voltando a Paulinho: ele até topava endossar a renúncia financeira do chefe, com o consequente rombo de mais algumas dezenas de bilhões para o tesouro nacional, mas somente para o diesel. Outra vez ficou a falar sozinho.