Ainda de recesso, o ministério da Saúde abriu suas portas nesta terça-feira (4) para audiência pública sobre a vacinação infantil prevista em contrato entre o governo e a Pfizer. Convidada para o evento, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que autorizou o uso da vacina em crianças, não compareceu.
Desde dezembro, a Anvisa autorizou que crianças entre 5 e 11 anos sejam imunizadas, sem obrigatoriedade. A base do governo, que é contra a vacinação obrigatória, pressionou e o presidente Jair Bolsonaro pediu que o ministério da Saúde fizesse rodas de conversa para deliberar sobre o tema.
Existe uma previsão de que, após autorização da Anvisa, ficaria permitido que as crianças brasileiras poderiam ser vacinadas contra a Covid-19, ainda que nenhuma sanção estivesse atrelada a quem decidir não vacinas os filhos. O problema é que algumas escolas têm colocado como possibilidade a manutenção das aulas remotas para quem não estiver imunizado.
A vacinação infantil tem sido atacadas nas redes sociais pela trupe bolsonarista, que, agora, brada que “as crianças não podem ser cobaias” — aquele mesmo discurso que se usou quando a vacina em adultos ainda não havia sido autorizada.
Representantes do Judiciário, da indústria farmacêutica, órgãos de Saúde e parlamentares estão na audiência, que deve se estender pela tarde. Um dos documentos apresentados até agora foi uma consulta pública do ministério da Saúde em que quase 100 mil brasileiros se manifestam contrários à vacinação infantil.