Em sua última sessão do ano antes do recesso, o presidente do STF, Luiz Fux, disse nesta sexta (17) que o tribunal teve de tomar “posições firmes e decisões corajosas” diante do que chamou de “ameaças retóricas e reais”.
Em sua retrospectiva de fim de ano, Fux também disse que o STF “rechaçou o negacionismo”. Sem citar o presidente Jair Bolsonaro, eminência nada parda da narrativa do ministro, Fux pode talvez rememorar seu discurso em 8 de setembro, na primeira seção após os delírios atrozes expressados por Bolsonaro contra ministros da Corte.
Ali Fux não se serviu de suas tão frequentes elipses, e culpou as “narrativas de descredibilização do Supremo Tribunal Federal e de seus membros” claramente ao “chefe da nação”.
“Ofender a honra dos ministros, incitar a população a propagar discursos de ódio contra a instituição do Supremo Tribunal Federal e incentivar o descumprimento de decisões judiciais são práticas antidemocráticas e ilícitas, intoleráveis, em respeito ao juramento constitucional que fizemos ao assumirmos uma cadeira nesta Corte.
Infelizmente, tem sido cada vez mais comum que alguns movimentos invoquem a democracia como pretexto para a promoção de ideais antidemocráticos.”
E assim como fez o novo ministro André Mendonça em sua cerimônia de posse na quinta (16), Fux nesta sexta enalteceu a “imprensa livre”, “pilar da democracia” que também é alvo de “descredibilização” de Bolsonaro.