No filme Feitiço do Tempo, um repórter de TV interpretado por um ainda jovem Bill Murray fica inexplicavelmente preso aos eventos de um mesmo dia – o dia da Marmota –, vivendo, como um Sísifo contemporâneo, a mesma rotina intermináveis vezes.
É o que parece acontecer com o Brasil e sua bisonha guerra de vacinas. Enquanto Bolsonaro faz suas imprecações habituais e agora ameaça expor técnicos da Anvisa que assinarem liberações da vacina contra Covid-19 para crianças, o governador João Doria volta a dizer que irá se antecipar aos atrasos deliberados do calendário vacinal do ministério da Saúde.
Na manhã desta sexta (17), Doria já tuitava para afirmar que é “inadmissível o Governo Federal não iniciar imediatamente a vacinação das nossas crianças”. E seguiu: “É muito descaso com a vida dos brasileiros. Eles continuam relativizando uma pandemia que arruinou famílias inteiras. É sórdido perpetuarem o sofrimento de pais, mães e filhos.”
Inadmissível o Governo Federal não iniciar imediatamente a vacinação das nossas crianças. É muito descaso com a vida dos brasileiros. Eles continuam relativizando uma pandemia que arruinou famílias inteiras. É sórdido perpetuarem o sofrimento de pais, mães e filhos. #VacinaJá pic.twitter.com/Z6ShQGUarz
— João Doria (@jdoriajr) December 16, 2021
Doria cumpriu agenda de campanha nesta sexta, ao inaugurar a estação de metrô Vila Sônia, que demorou a fábula de 17 anos desde o início das obras para ser entregue aos paulistanos. Lá voltou a falar do tema das vacinas, que remonta a janeiro de 2021, quando ele deu início à campanha de vacinação contra a Covid-19, fazendo o governo federal correr atrás.