A previsível autocombustão do PSDB ao longo das últimas semanas chega a seu cume com a votação de filiados e políticos do partido no próximo domingo (21). Nesse dia ocorrem as prévias da sigla para definir quem será o candidato presidencial em 2022 – se é que o PSDB vai efetivamente conseguir chegar a outubro com um candidato viável.
Os governadores João Doria e Eduardo Leite disputam aguerridamente os votos domésticos. O ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio, que também participa do processo, é tido como anticandidato.
Houve muita coisa nestes dias: impugnações de filiados, disparos intermináveis de WhatsApp e e-mail, revelação de telefonema governamental a Leite para que o gaúcho tentasse convencer Doria adiar a campanha de vacinação, vereador paulista exibindo tutorial para fraudar app que faz as vezes de cédula eleitoral.
Por fim, houve também uma disputa algo ginasial entre os governadores para se saber quem era mais “PSDB raiz”, ou seja, quem era mais próximo daquele bastante vago ideal de social-democracia que embalou José Serra, José Richa, Fernando Henrique Cardoso, Franco Montoro e outros “founding fathers” tucanos no fim dos anos 1980.
Leite revelou que militava no PSDB desde a adolescência – o que não faz assim tanto tempo – apequenando a década, década e meia de vida tucana de João Doria.
No fim desta quinta-feira (18), Doria mostrou seu trio de ases no Twitter, postando um “tbt” – foto que relembra algo do passado, no jargão das redes sociais – dele imberbe ao lado do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o homem que queria fazer de Luciano Huck o grande nome do PSDB.
#TBT ao lado de Fernando Henrique Cardoso, o pai do Plano Real, em 1985. Em tempos de crise, inflação alta e o país sem rumo, esse homem devolveu a esperança aos brasileiros e colocou nossa nação de volta aos trilhos do desenvolvimento. Orgulho de estar do lado certo da história. pic.twitter.com/PBCbAUGtxV
— João Doria (@jdoriajr) November 18, 2021