A possível união entre o PP e o PL depende, em parte, do fim da resistência contra o nome de Jair Bolsonaro no PL. É que o presidente da República, embora tenha apoiadores, não é unanimidade no Partido Liberal — embora seja consenso que sua chegada deae fazer aumentar a base parlamentar do partido, também deverá trazer problemas de comando e gerenciamento de recursos.
Mas Bolsonaro, que tem interesse no outfit liberal-progressista da sigla, foi para cima em busca de apoio. Neste domingo (17), por exemplo, ligou ao vivo para sua ministra da secretaria de Governo, Flávia Arruda (deputada licenciada do PL), que dava entrevista para uma emissora de rádio brasiliense, a Atividade FM, para, aparentemente, jogar conversa fora.
“Estou ouvindo vocês e resolvi ligar, eu quis participar, muito gosto muito do seu trabalho, Flávia”, disse Bolsonaro.
Em resposta, Flávia emendou: “Um bom domingo, presidente, que Deus abençoe e que o senhor continue (…) tendo tranquilidade para nos liderar”.
Com o modesto gesto, Bolsonaro, que vem falhando miseravelmente em conseguir consolidar uma força política institucional – tanto que permanece sem sigla a um ano das eleições –, pode finalmente ter dado um passo acertado nessa direção.