Apesar de ser a primeira Assembleia Geral pós-pandemia – ou pós-vacinação no mundo desenvolvido –, o tradicional evento anual da ONU, que neste 2021 conta com a presença de cerca de 100 representantes estrangeiros, começa esvaziado.
No dia dos discursos dos chefes de estado desta terça (21) as ausências (Xi Jinping, Vladimir Putin, Emmanuel Macron) devem soar mais eloquentes do que as presenças dos presidentes do Brasil, México, Turquia, Polônia e Coreia do Sul, entre outros.
Bolsonaro é o primeiro líder a falar, deferência egressa de uma tradição diplomática que remonta aos anos 1950, quando o Brasil ainda tinha algum soft power para mostrar.
O negacionismo pandêmico e climático expressado insistentemente pelo brasileiro deve contrastar com as falas do português António Guterres, secretário geral da ONU, e do primeiro ministro britânico, Boris Johnson. Este por hospedar em novembro a Cúpula do Clima; aquele por já ter se manifestado sobre a precedência do apocalipse climática como preocupação universal – ele usou a expressão “batalha existencial”.
O presidente brasileiro, que já está em Nova York, sede da ONU, não vem causando grande comoção no noticiário internacional, mesmo tendo optado por comer um pedaço de pizza na rua devido aos protocolos dos restaurantes da cidade, que exigem certificação de vacinação.
O site norte-americano Daily Beast reproduziu a foto de Bolsonaro e seu séquito de ministros e aspones. Chamou Bolsonaro de presiente de “extrema direita” e disse que o presidente se viu “forçado a comer na rua.”