Três é demais, concluíram os dirigentes do DEM, PSL e PP, que passaram longas temporadas negociando a fusão de seus partidos. A ideia era somar desertores do bolsonarismo, nomes pesados que ficaram a deriva na renovação de 2018 e quem mais viesse.
Quase oito meses após a primeira tratativa sobre o tema, o PP pulou fora. Está excessivamente grande, praticamente não faz concessões e tem Bolsonaro comendo na sua mão – o que afasta desertores.
Mas DEM e PSL seguem na pegada, muito embora ACM Neto, presidente do DEM, ainda tenha muito a acertar com Luciano Bivar, seu homólogo do PSL. Os presidentes querem saber quem ganha, e o quê.
O DEM, que já foi bastante mais relevante em sua encarnação PFL conseguiu crescer, mas esvaziou-se após uma sucessão de saídas e brigas internas. A ideia de uma de suas ex-estrelas, o deputado federal Rodrigo Maia (RJ), era, inclusive ter candidato presidencial em 2022.
Sonhar não custa nada.
No âmbito do PSL, que é a segunda bancada da Câmara Federal, apenas atrás do PT, tem dinheiro dos fundos partidário e eleitoral, mas continua muito vinculado ao governo.
Eles querem se libertar de suas fragilidades e, juntos, terão muito o que compartilhar: são R$ 138 milhões para cuidar das contas do partido e R$ 320 milhões para gastar em eleições municipais. Se a fusão der certo, o Fundo Eleitoral dos dois, juntos, seria 60% maior que os R$ 201 milhões do PT — a segunda maior bancada da Câmara atualmente.
O upgrade dará ao novo partido 81 deputados, 7 senadores e quatro governadores: Ronaldo Caiado (DEM), de Goiás; Mauro Mendes (DEM), do Mato Grosso; Mauro Carlesse, de Tocantins (PSL); e Coronel Marcos Rocha (PSL), de Rondônia.