Desemprego cresce em 2025, mas resultado é o melhor para um começo de ano desde 2012

Brasil cria 1,69 milhão de empregos formais em 2024, maior saldo desde 2020
Foto: Tony Winston (Ag.Brasília)

A taxa de desemprego no Brasil subiu para 7% no primeiro trimestre de 2025, segundo dados da PNAD Contínua, divulgados nesta quarta-feira (30) pelo IBGE. O número representa um aumento de 0,8 ponto percentual em relação ao trimestre anterior. Ainda assim, segue abaixo dos 7,9% registrados no mesmo período de 2024.

Apesar da elevação recente, essa foi a menor taxa de desocupação para um primeiro trimestre desde que a série histórica começou, em 2012. O resultado indica que o mercado segue relativamente aquecido, mesmo com oscilações naturais do início do ano.

Sazonalidade explica parte da alta

Segundo o IBGE, esse tipo de movimento é comum no primeiro trimestre, quando se encerram os contratos temporários do fim de ano. Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas domiciliares do instituto, reforça que há aumento nas demissões após o Natal, mas que o impacto não atinge em cheio o núcleo estável do mercado.

Mesmo com a alta na desocupação, trabalhadores com carteira assinada se mantiveram em número estável. Ao todo, o Brasil soma 39,4 milhões de empregados formais, o que representa uma alta de 3,9% em relação ao mesmo período de 2024.

Rendimento médio bate recorde

A maior surpresa veio da renda dos trabalhadores. O rendimento médio habitual no país chegou a R$ 3.410 no trimestre, o maior valor desde o início da série. Isso significa um avanço de 1,2% no trimestre e 4% na comparação anual.

Já a massa de rendimentos, que soma todos os ganhos dos ocupados, alcançou R$ 345 bilhões, o que indica estabilidade recente, mas uma alta de 6,6% em relação ao ano anterior.

Ocupação ainda sólida

Mesmo com a elevação do desemprego, o Brasil manteve 102,5 milhões de pessoas ocupadas, embora o número tenha recuado 1,3% no trimestre. Em contrapartida, houve um crescimento anual de 2,3%.

Dentre os trabalhadores, o país ainda conta com 13,5 milhões sem carteira, 25,9 milhões por conta própria, e 5,7 milhões empregados como domésticos. A taxa de informalidade ficou em 38%, patamar praticamente estável.

Mais desalentados, menos subutilizados

O grupo dos desalentados, que inclui quem desistiu de procurar emprego, chegou a 3,2 milhões. Esse número representa uma alta de 6,6% no trimestre, mas uma queda de 10,2% na comparação com o ano anterior.

Já a taxa de subutilização, que considera pessoas que gostariam de trabalhar mais, caiu de 17,9% em 2024 para 15,9% em 2025, embora tenha aumentado ligeiramente em relação ao último trimestre.

Fora da força de trabalho

Além dos desocupados, o Brasil tem 67 milhões de pessoas fora da força de trabalho, número que inclui aposentados, estudantes e donas de casa. Esse grupo cresceu 1,2% no trimestre, mas segue estável na comparação anual.

A soma entre desocupados e ocupados forma a força de trabalho ativa, que totaliza hoje 110,2 milhões de brasileiros.