Guerra em Gaza atinge novo nível de brutalidade, afirma Anistia

Guerra em Gaza atinge novo nível de brutalidade, afirma Anistia
Palestinos se aglomeram em tentativa desesperada de conseguir um pouco de comida em Deir al-Balah, centro de Gaza | Foto: Reprodução/X @marcosvmf_

A Anistia Internacional lançou nesta terça-feira (29) um dos relatórios mais severos de sua história recente. A organização acusa o governo de Israel de cometer um genocídio em curso contra a população da Faixa de Gaza. O documento descreve ações violentas, documentadas em imagens ao vivo e transmissões globais, que se configuram como um extermínio deliberado de civis palestinos.

De acordo com o relatório, aproximadamente 90% da população de Gaza foi forçada a abandonar suas casas desde os ataques iniciados em outubro de 2023. A Anistia Internacional afirma que a ofensiva militar israelense inclui bombardeios sobre campos de refugiados, execuções arbitrárias e a destruição de escolas, hospitais e mesquitas. A organização classifica essas ações como parte de uma estratégia planejada para eliminar a presença palestina no território.

A ONG chama atenção para o fato de que muitos desses atos têm sido transmitidos ao vivo por canais de televisão e plataformas digitais. Isso, segundo a entidade, torna o genocídio um dos mais documentados da história moderna. O termo “genocídio ao vivo” utilizado no relatório sugere que o mundo está assistindo, em tempo real, a destruição de uma população sem conseguir impedir.

Com ajuda internacional limitada desde o fim do cessar-fogo, milhares de pessoas enfrentam fome, doenças e falta de saneamento básico. Organismos como a ONU alertam que o número de mortes pode crescer rapidamente caso as rotas de socorro permaneçam bloqueadas.

Israel mantém silêncio diante da denúncia

Até o momento, o governo de Israel não se pronunciou oficialmente sobre a acusação de genocídio. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu já afirmou, em ocasiões anteriores, que as ações militares são uma resposta legítima aos ataques do Hamas. Para ele, qualquer negociação só será possível se o grupo palestino entregar as armas e se render.