Governo mira safra recorde e promete ampliar crédito rural em 2025

Dólar pode recuar com aprovação de medidas fiscais no Congresso, diz Alckmin
Geraldo Alckmin | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Durante a abertura oficial da Agrishow em Ribeirão Preto (SP), o presidente em exercício Geraldo Alckmin confirmou que o governo pretende ampliar o Plano Safra para o ciclo 2025/2026. Segundo ele, será necessário liberar um volume ainda maior de recursos para equalizar os juros, que seguem em alta.

A previsão foi feita diante de uma plateia composta por representantes do setor agropecuário e governadores de estados agrícolas, como Goiás e Minas Gerais.

Aumento de recursos e desafio com a Selic

Para a safra atual, o governo destinou R$ 400,5 bilhões, quase 10% acima do ciclo anterior. Agora, a expectativa é ir além desse patamar. No entanto, Alckmin destacou que o aumento da taxa Selic impõe dificuldades.

“Vamos trabalhar para expandir o Plano Safra, mas a alta dos juros exige um esforço maior na equalização“, afirmou. Segundo ele, a tarefa é crucial para garantir crédito acessível aos produtores rurais.

Expectativa positiva para a agricultura

Apesar dos obstáculos, o presidente em exercício demonstrou otimismo com o desempenho da agricultura brasileira. Alckmin lembrou que o país caminha para uma safra recorde e que o bom desempenho do setor impulsiona a necessidade de ampliar o apoio financeiro.

“Levaremos o pleito ao governo para que o Plano Safra seja proporcional ao tamanho histórico da colheita”, garantiu.

Agrishow movimenta o setor

A Agrishow, maior feira de tecnologia agrícola do Brasil, reúne este ano 800 expositores em uma área de 520 mil metros quadrados. A expectativa é receber 200 mil visitantes e movimentar cerca de R$ 15 bilhões em intenções de negócios.

O evento é visto como termômetro para o agronegócio e reforça a importância de políticas públicas que apoiem a inovação e o crescimento do setor.

Medidas adicionais para impulsionar o agro

Durante o evento, Alckmin também anunciou R$ 80 bilhões em investimentos pelo BNDES, com foco na inovação agrícola. A linha de crédito terá taxa de 4% ao ano, considerada atrativa para estimular novos projetos.

Além disso, ele destacou o avanço do programa “Combustível do Futuro”, que incentiva o aumento do uso de etanol e a adoção de fontes sustentáveis de energia.

Perspectivas para a redução dos juros

Alckmin expressou esperança de que o atual ciclo de juros elevados seja transitório. A queda recente do dólar pode aliviar a inflação, abrindo espaço para redução da taxa Selic no futuro.

“A baixa do dólar pressiona menos os preços, o que pode permitir a queda dos juros. Isso é fundamental para o crédito rural”, explicou.

Mercado externo e oportunidades para o Brasil

O presidente em exercício também comentou sobre a disputa comercial entre Estados Unidos e outros países. Segundo ele, o cenário abre novas oportunidades para as exportações brasileiras.

“O agro brasileiro pode se beneficiar da abertura de mercados externos”, avaliou Alckmin. Ele defendeu a busca por livre comércio e multilateralismo como estratégias para fortalecer ainda mais o setor.