
O Banco Mundial reduziu suas expectativas para o crescimento econômico do Brasil em 2025. A nova projeção caiu de 2,2% para 1,8%, sinalizando que o país pode enfrentar um cenário mais difícil do que o previsto.
Essa revisão não se limita ao Brasil. A previsão para a América Latina e Caribe também foi ajustada. O crescimento regional deve ser de apenas 2,1%, abaixo dos 2,5% estimados anteriormente.
Fatores que influenciam o desempenho
Entre os principais motivos para essa revisão estão:
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A lentidão na queda de juros nas economias desenvolvidas;
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Restrições comerciais, agravadas por políticas anteriores de guerra tarifária;
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A desaceleração da China, importante parceiro econômico da região;
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Cortes em programas de assistência internacional, que impactam diretamente países emergentes.
Desempenho desigual entre os países
A situação não é uniforme. Enquanto o México teve sua previsão zerada — passando de um crescimento de 1,5% para 0% —, a Argentina surpreendeu. O país viu sua estimativa subir para 5,5%, após acordo com o FMI no valor de US$ 20 bilhões.
Segundo Carlos Felipe Jaramillo, vice-presidente do Banco Mundial para a região, o cenário atual exige mudanças urgentes. “As incertezas aumentaram. Os países precisam rever suas estratégias e buscar reformas estruturais com mais agilidade”, afirmou.
Inflação, dívida e produtividade em foco
Outro ponto de atenção é a relação dívida/PIB, que subiu para 63,3%, evidenciando a pressão fiscal sobre os governos. Além disso, a inflação elevada e as políticas monetárias restritivas devem frear o consumo.
O Banco Mundial também destacou oportunidades emergentes na região. Mercados mais diversificados e serviços exportáveis podem ser vantajosos. No entanto, essas vantagens só se concretizarão com aumento da produtividade e eficiência operacional.
FMI também aponta desaceleração
O FMI acompanhou a tendência e reduziu suas previsões para o Brasil. A estimativa para 2025 agora é de 2%, representando uma queda de 0,2 ponto percentual em relação ao número anterior.
Para a América Latina, o FMI foi ainda mais cauteloso. A projeção para 2025 foi cortada para 2%, e a de 2026 passou a 2,4%. Esse cenário reflete não apenas o enfraquecimento global, mas também as tarifas impostas por Donald Trump, que continuam a afetar o Brasil com uma média de 10% sobre exportações estratégicas.