China resiste à pressão americana e diz que não cederá a ameaças

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A China respondeu com firmeza às recentes tarifas anunciadas pelos Estados Unidos, afirmando que não dará atenção ao que classificou como um “jogo de números tarifários”. A declaração veio do Ministério das Relações Exteriores chinês nesta quinta-feira, marcando um novo capítulo na crescente guerra comercial entre os dois países.

A resposta surge após a Casa Branca divulgar um informativo detalhando como as tarifas americanas sobre produtos chineses podem chegar a até 245%. Essas medidas, segundo Washington, serviriam para combater práticas comerciais injustas e enfrentar a crise do fentanil.

Retaliações seguem em ritmo crescente

Nos últimos meses, os Estados Unidos anunciaram uma série de tarifas adicionais, alegando necessidade de proteger a economia nacional. A China retaliou, impondo novos encargos sobre produtos norte-americanos. Ainda assim, o governo chinês evita acirrar ainda mais os ânimos e reforça que qualquer diálogo só acontecerá sob igualdade de condições.

“Não entraremos nesse jogo de provocação. Respeito mútuo é a base de qualquer negociação”, disse um porta-voz do Ministério chinês. A posição de Pequim também se refletiu na decisão de não buscar conversas formais neste momento.

Mudança no comando comercial surpreende

Nesta semana, a China nomeou Li Chenggang, atual enviado do país à Organização Mundial do Comércio (OMC), como novo chefe das negociações comerciais. Ele substitui Wang Shouwen, figura chave na condução de conversas anteriores com Washington.

A mudança sinaliza um possível ajuste de estratégia. Ao colocar um diplomata experiente em disputas multilaterais no comando, o governo chinês pode estar preparando uma abordagem mais técnica e institucionalizada diante da pressão americana.

China denuncia violações à OMC

Além das respostas tarifárias, a China entrou com uma nova reclamação formal na OMC, alegando que as tarifas impostas pelos EUA violam acordos internacionais de comércio. O documento manifesta “grave preocupação” com os movimentos recentes de Washington.

Autoridades chinesas também criticaram a forma como os Estados Unidos vêm conduzindo as negociações. Para elas, as ações do governo americano não apenas prejudicam a economia global, mas também desrespeitam regras fundamentais da governança internacional.