
Nesta quarta-feira (16), o dólar à vista iniciou o dia em alta, contrariando o desempenho da moeda norte-americana frente a outros países emergentes. Às 10h36, a moeda norte-americana subia 0,24%, cotada a R$ 5,8998.
Enquanto isso, o Ibovespa recuava na mesma proporção, caindo 0,24%, aos 128.930,40 pontos. A combinação de fatores externos e o ambiente doméstico de incerteza influenciaram esse comportamento.
Movimento global favorece risco, mas Brasil vai na contramão
Moedas como o peso mexicano, o rand sul-africano e o peso chileno se valorizaram no dia. Esses ganhos acompanharam a alta do petróleo, que subiu mais de 1%, animando parte dos mercados emergentes.
No entanto, o real seguiu trajetória oposta. A explicação está na incerteza gerada pelas ações comerciais dos Estados Unidos, especialmente após Donald Trump aumentar tarifas contra diversos parceiros.
Guerra tarifária entre gigantes provoca receio generalizado
A possível retomada do diálogo entre EUA e China criou uma ponta de otimismo. Reportagens indicaram que Pequim estaria disposta a negociar, desde que os americanos demonstrem respeito nas tratativas.
Mesmo assim, a realidade atual permanece tensa. Os EUA aplicam tarifas de até 145% sobre produtos chineses. A China revidou com tarifas de 125%, aprofundando os riscos de uma recessão global.
Especialistas apontam que essa troca de retaliações pode gerar um salto inflacionário em vários países. Por isso, o mercado ainda se move com extrema cautela.
Desconfiança com os EUA afeta o câmbio brasileiro
No Brasil, o clima é de aversão ao risco. A instabilidade nas decisões comerciais dos EUA faz com que muitos investidores abandonem posições em mercados emergentes. Com isso, aumenta a busca por moedas consideradas mais seguras, como o iene japonês e o franco suíço.
Segundo analistas do Itaú, o Brasil vive um momento delicado. “Se houver negociação tarifária sem recessão global, o dólar tende a enfraquecer”, afirma o relatório do banco. No entanto, se a guerra comercial se intensificar, a pressão sobre o real deve aumentar.
Fatores externos continuam no radar
Nesta quarta-feira, as atenções se voltam para o início de negociações entre EUA e Japão. Autoridades japonesas estão em Washington para tentar amenizar as tarifas sobre seus produtos.
Além disso, o mercado aguarda o discurso de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, previsto para as 14h30. Será a primeira vez que ele se pronunciará desde a suspensão de 90 dias nas tarifas anunciada por Trump.